Pedágio da Linha Amarela, no Rio de Janeiro. Reprodução/Record TV Rio |
STJ analisa
um pedido da Prefeitura para suspender o contrato com concessionária Lamsa,
enquanto as investigações do caso não são concluídas
O ex-prefeito
do Rio, Eduardo Paes, está envolvido em um escândalo que pode tirar a Linha
Amarela, uma das principais vias da cidade, da iniciativa privada. Paes foi
desmentido pelo filho de Sérgio Cabral, ao negar o passado em comum com o
ex-governador, preso desde 2016 por corrupção.
As declarações
recentes de Eduardo Paes irritaram o filho de Cabral. Marco Antônio usou as
redes sociais para lembrar que o ex-prefeito do Rio usava o helicóptero oficial
do governo estadual e frequentava festas na antiga mansão da família, em
Mangaratiba.
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Para Marco
Antônio, Paes têm motivações políticas para tentar se desvincular da imagem de
Cabral, a quem chamava de chefe.
"De 2014 a
2016, foram mais de 40 jantares", disse marco Antônio Cabral. "Você
sempre brincava com o Helinho, que era o mordomo da Gávea Pequena, não deixa a
taça do meu chefe vazia nunca, Helinho, pelo amor de Deus."
"Não tem a
menor necessidade de, nessas entrevistas, você continuar mentindo sobre a
relação com o ex-governador Sérgio Cabral porque isso está machucando a gente,
isso está entristecendo a gente mais do que nós já estamos com a situação que
enfrentamos do meu pai estar preso."
O desabafo veio
à tona no momento em que o nome de Eduardo Paes aparece envolvido em um suposto
esquema de pagamento de propina para estender a concessão da linha amarela por
mais 15 anos à empresa Lamsa. O Superior Tribunal de Justiça analisa um pedido
da Prefeitura para suspender o contrato, enquanto as investigações sobre o caso
não são concluídas.
O pedido foi
feito pela procuradoria geral do município, com base em reportagens exibidas
no Jornal da Record. Um engenheiro da prefeitura na época confirmou
que dinheiro vivo, pago pelo município e desviado das obras superfaturadas, era
entregue a agentes públicos e usado em campanha eleitorais, entre elas, a de
Eduardo Paes.
Uma auditoria,
encaminhada ao ministério público federal, confirmou que pelo menos R$ 148
milhões foram desviados no esquema. Uma verba que pesa no pedágio cobrado na
Linha Amarela.
O procurador-geral
do município, Marcelo Marques, diz: "De fato o povo tem pago no pedágio R$
13 acima do preço justo. Ou seja, o pedágio deveria ser R$ 2 e é cobrado R$ 15
ida e volta, sendo R$ 7,50 em um sentido e R$ 7,50 no outro. A ideia da
Prefeitura é, efetivando a encampação, cobrar R$ 2 num sentido só".
A Lamsa,
concessionária que administra a Linha Amarela, informou que acredita na justiça
e que aguardará a decisão judicial para se pronunciar.
Já o
ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, não respondeu à reportagem do Jornal
da Record.
Pedro Paulo
Filho, da Record TV
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