Chegada de material apreendido na DHC Reginaldo Pimenta / Agência O DIA |
Maxwell Simões
Correa, que foi capturado em um condomínio de luxo no Recreio, é investigado
por ter participado do sumiço de armas que podem ter sido usadas no crime
Rio - O militar
do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa foi
preso, na manhã desta quarta-feira, durante uma ação que investiga os assassinatos
da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson
Gomes. Ele, que foi encontrado em um condomínio de luxo no Recreio
dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, é suspeito de ter
participado do sumiço das armas que podem ter sido usadas no crime.
A prisão do
militar foi feita pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e
pelo Ministério Público estadual (MPRJ) durante a Operação
Submersus 2, que investiga o sumiço de armas do PM reformado Ronnie
Lessa. O advogado de Maxwell acompanhou sua prisão.
Os agentes
ainda cumprem 10 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Maxwell e
outras quatro pessoas. Na casa do bombeiro, que não se manifestou ao ser
capturado, foram apreendidos documentos e celulares.
Maxwell já
tinha sido alvo de um mandado de busca e apreensão na investigação, em
uma operação realizada um dia depois da prisão de Lessa, no dai 13 de março do
ano passado.
"É importante
ressaltar que essa prisão ratifica a decisão
acertada dos ministros do STJ no sentido de não federalizar a investigação do
caso Marielle e Anderson e manter essa investigação aqui com a
Delegacia de Homicídios", destacou o delegado Felipe Curi,
subsecretário de Planejamento e Polícia Civil.
Maxwell Simões Correa - Reprodução |
Um policial
militar do 9° BPM (Rocha Miranda) também é alvo dos mandados
de busca e apreensão. De acordo com a promotora Simone Sibilio,
do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ
(Gaeco), o PM, que não teve a identificação revelada, é muito amigo de
Lessa.
Lessa
foi preso no dia 12 de março do ano passado, juntamente com
o ex-PM Élcio Queiroz. Os dois são apontados como os
responsáveis por atirar contra a vereadora e seu motorista.
QUATRO
COMPARSAS
De acordo com
as investigações, um dia após a prisão de Lessa e Élcio, Maxwell ajudou Elaine
Pereira Figueiredo Lessa e Bruno Pereira Figueiredo,
esposa e cunhado de Ronnie, respectivamente; José Marcio Mantovano, o Márcio
Gordo; e Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, a
ocultar armas e acessórios pertencentes a Lessa. O
material estava em um apartamento do PM no Pechincha,
além de outros locais ainda desconhecidos.
Elaine,
Bruno, José Marcelo e Josinaldo foram presos durante a primeira fase da Operação
Submersus, em outubro do ano passado.
O papel de
Maxwell no sumiço das armas foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto
arsenal bélico, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para
que o armamento fosse jogado em alto mar depois. Pelo
menos seis fuzis foram lançados no mar da Barra da Tijuca,
na altura do Quebra-Mar. O carro usado atualmente é da esposa de
Lessa, mas já esteve com o bombeiro.
"É importante
ressaltar que esse caso até hoje já levou à prisão 61 pessoas. É uma marca
emblemática e a gente trabalha diuturnamente para concluir o caso tão
logo", reforçou o delegado Daniel Rosa, titular da DHC,
dizendo que espera uma solução breve para o caso.
O delegado diz
ainda que Maxwell é grande amigo de Lessa.
A Corregedoria do Corpo de Bombeiros participou da ação - Reginaldo Pimenta / Agência O DIA |
"São duas
pessoas extremamente ligadas tanto na vida do crime, quanto na vida na
social", enfatiza.
OBSTRUÇÃO DE
JUSTIÇA
Para o MPRJ, o
bombeiro e os quatro comparsas praticaram o crime de obstrução de Justiça, que
"prejudicou de maneira considerável as investigações em curso e a ação
penal deflagrada na ocasião da Operação Submersus, na medida em que frustrou
cumprimento de ordem judicial, impedindo a apreensão do vasto arsenal bélico
ali ocultado e inviabilizando o avanço das investigações".
"Nós temos
imagens, medidas cautelares que foram implementadas ao longo dessa
investigação, provas testemunhais, dados, análise de vínculos", enumera
Rosa, sobre a coleta de provas para prender Maxwell.
Até hoje, a
arma usada para matar Marielle e Anderson não foi encontrada, segundo o
Ministério Público "em razão das condutas criminosas perpetradas pelos
cinco denunciados".
A Corregedoria
Interna e o Serviço Reservado do Corpo de Bombeiros acompanharam
a prisão de Maxwell.
"A
instituição aguarda as informações solicitadas sobre o processo para abrir
procedimento interno. Na esfera criminal, a competência é do Poder Judiciário.
O Corpo de Bombeiros repudia veementemente todo e qualquer ato ilícito. A
corporação segue à disposição para colaborar com as autoridades", a
corporação informou, em nota.
De sua casa no
Recreio, Maxwell foi levado para a sede da DHC, no bairro vizinho da Barra,
para prestar depoimento.
Por O Dia
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!