Bar e restaurante demitem 1 milhão e fecham 20% de estabelecimentos | Rio das Ostras Jornal

Bar e restaurante demitem 1 milhão e fecham 20% de estabelecimentos

Rede Coco Bambu passou a ter drive-thru para enfrentar
 o período de pandemia. 
Divulgação

Estimativa é de associações que representam o setor, que reunia até março 1 milhão de pontos comerciais e empregava 6 milhões de trabalhadores
Mesmo com inovações como drive-thu ou venda de créditos antecipados para clientes consumirem após a crise, bares e restaurantes não conseguiram evitar demissões. Desde o início da quarentena para enfrentar o avanço do coronavírus no país, as associações que representam o setor estimam que ao menos 1 milhão de empregos formais já foram extintos.
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) afirma que 20% dos bares e restaurantes do país já fecharam as portas em definitivo, após as medidas de isolamento social. O setor reunia até março quase 1 milhão de pontos comerciais e empregava cerca de 6 milhões de trabalhadores, sendo 3 milhões de empregos formais.
Uma pesquisa feita pela ANR (Asscociação Nacional dos Restaurantes), que tem 9 mil pontos comerciais no Brasil associados, aponta que 76,11% dos restaurantes já precisaram demitir desde o início da crise.
“Estamos enfrentando uma crise sem precedentes. Os estabelecimentos estão fechados, sem capital de giro e com muitas dúvidas sobre a questão da reabertura. Além disso, nosso setor é formado por muitas pequenas e médias empresas, que possuem pouco acesso ao crédito”, declara Cristiano Melles, presidente da ANR.
Salários de maio
Para o pagamento das contas em maio, a maioria dos donos de restaurantes e bares afirmaram recorrer a acordo previsto pela MP dos Salários. A medida provisória autorizou suspensão de contratos ou redução de jornada e salários, com compensação paga pelo governo federal, para o enfrentamento da crise econômica trazida pela pandemia de covid-19.
Segundo o levantamento da ANR, 75,89% dos empresários afirmaram que iriam usar esse acordo para a folha de pagamento do mês de maio. Já 14,29% iriam buscar crédito para o pagamento das contas. Apenas 9,82% afirmaram que pagariam normalmente os salários de maio. Em março, o índice dos que conseguiram pagar 100% da folha de pagamento havia sido de 76,99%.
O porcentual dos restaurantes que, além de demitir, também já encerraram as atividades definitivamente chegou a 11,6%, segundo pesquisa da ANR.
Para 78,57% dos empresários entrevistados, eles vão conseguir manter o seu negócio após a pandemia. Perguntados sobre o fatruamento, 65% afirmaram ter registrado queda acima de 70%. No ano passado, o faturamento dos restaurantes brasileiros somou R$ 400 bilhões.
Para 59,29%, o delivery já era uma prática normal, mas 40,71% dos estabelecimentos não trabalhavam com sistema de entrega e tiveram que se adaptar. Só 12,73% conseguiriam manter o negócio com portas fechadas e só delivery por mais de dois meses.
Dificuldade na retomada
Restaurantes como a rede Coco Bambu apostaram em drive-thru, medida antes comum em lanchonetes de fast-food. Outra inovação adotadas por bares e restaurantes foi a venda de créditos antecipados. Os vouchers poderão ser usados como desconto na conta do cliente quando o isolamento social acabar e os comércios reabrirem.
Mesmo assim, eles deverão encontrar dificuldade até mesmo na retomada da economia. Os restaurantes fazem parte do setor de serviços que, segundo o Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, é segmento que deve demorar mais para se recuperar após a crise da pandemia. Os efeitos poderão durar, em média, 10,8 meses, ou seja, se estenderão até 2021.
Tobler afirma que a alimentação fora de casa, assim como viagem, hotel, cabeleireiro, por exemplo, não tem uma compensação, não tem como estocar, não tem como recuperar. "A pessoa não vai duas vezes cortar o cabelo ou no restaurante porque deixou de fazer durante a pandemia", explica Tobler.
É o setor com previsão mais pessimista para a duração dos problemas, incluindo o período de impacto direto e o tempo necessário para os negócios se recuperarem após, como mostrou um recorte especial das pesquisas de confiança da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado na semana passada.
Ana Vinhas, do R7

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