Perda média dos clubes será de no mínimo 25%. Alexandre Durão/Agência Estado/17-04-20 |
Quase sem fonte
de recursos por causa da pandemia solução foi negociar com ateltas,
principalmente, os que recebem quantias milionárias
Com uma queda
de receita estimada em R$ 1 bilhão em 2020 por causa da pandemia do novo
coronavírus, segundo a empresa Sports Value, os clubes brasileiros,
cuja maioria já estava sufocada financeiramente, se viram obrigados a reduzir
salários dos jogadores para não entrarem em um colapso. Dos 20 clubes da Série
A do Brasileirão, 17, terão jogadores, comissão técnica ou funcionários com a remuneração
diminuída.
Até então, com
um orçamento apertado, as agremiações utilizavam o dinheiro das cotas de
televisionamento, patrocínio e sócio-torcedor/bilheteria para tentar arcar com
os altos gastos. Sem essa fonte de recursos, em função do corte geral na
economia, a solução para 85% dos clubes foi negociar com os jogadores,
principalmente os que recebem quantias milionárias. Apenas Athletico
Paranaense, Botafogo e Red Bull Bragantino não tomaram medidas semelhantes aos
demais.
A margem da
redução segue a proporção da perda, estimada em 25% no mínimo, em média. Assim,
a diminuição da remuneração dos jogadores varia de 15% a 50%. Veja a situação
de cada clube.
Athletico-PR
Com uma receita
recorde de R$ 378, 7 milhões e um superávit de R$ 63,4 milhões em 2019, o clube
ainda não tornou pública nenhuma intenção de reduzir salários.
Atlético-GO
Em março
último, o clube teve de paralisar a reforma do seu estádio, Antônio Acioly. Tal
qual o Botafogo, a entidade teve de interromper os planos de se tornar uma S.A.
E reduziu os salários em cerca de 30% em média, após o retorno das férias.
Atlético-MG
O presidente do
clube admitiu que teve de demitir funcionários e garante que busca limitar ao
máximo essas dispensas. E desde o fim de março vinha adiantando que reduziria
em até 25% os salários, de forma escalonada, para os que recebem a partir de R$
5 mil, incluindo funcionários.
Bahia
O clube já
vinha lutando para ampliar as receitas, que ficaram em R$ 179 milhões em 2019.
Desde que voltou a série A, em 2017, após dois anos na Série B, o campeão
brasileiro de 1988 luta para voltar a ficar na parte de cima da tabela. Com
dificuldades, vem se mantendo na faixa intermediária e, com a pandemia, teve de
cortar em 25% o salário dos jogadores, comissão técnica e diretoria, até que o
futebol retome suas atividades.
Botafogo
O ex-presidente
do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, tem dito que, por ter um orçamento mais
baixo do que muitos rivais, além de vir operando sempre com dificuldades
financeiras, o impacto da pandemia no clube será menor do que em agremiações
com receitas bem maiores. O clube demitiu 40 funcionários, mas não reduziu
salários até agora. A esperança é que, após o fim da pandemia, o Botafogo
retome as negociações para se tornar empresa.
Bragantino
Com altos
investimentos, que poderiam chegar até a R$ 200 milhões em 2020, o Bragantino
chegou à Série A para llutar pelas primeira colocações. E, como tem o suporte
da Red Bull, mesmo em meio à crise, tem conseguido manter o pagamento dos
salários, sem redução. Os investimentos, no entanto, diminuirão, principalmente
em relação às novas contratações.
Ceará
Um trabalho
eficiente nas categorias de base tem ajudado o Ceará a se manter
financeiramente. Com a venda de algumas revelações, como o meia Arthur, o clube
aumentou receitas e, neste período de pandemia, fez uma negociação com os
jogadores, reduzindo em 25% o salário no momento, mas repondo as perdas em
pagamentos diluídos, que serão realizados assim que as atividades retornem.
Corinthians
A redução
salarial no Corinthians acabou sendo inevitável, em função do péssimo
desempenho das finanças. Em 2019, o clube, que já vinha acumulando prejuízos,
atingiu um déficit de R$ 177 milhões, o maior de sua história. Assim, diminuiu
em 25% o salário do elenco durante a paralisação, além de reduzir a remuneração
do quadro de funcionários.
Coritiba
Um dos clubes
que não publicaram o balanço de 2019, o que poderá acarretar em alguma punição,
o Coritiba reduziu em 25% o salário de jogadores e comissão técnica e demitiu
funcionários. A tendência é que essa contenção dure até o fim da pandemia, mas
o clube não confirmou.
Flamengo
Mesmo sendo o
clube com maior receita no Brasil, tendo chegado a R$ 939 em 2019, o Flamengo
sofreu impacto com a pandemia e, primeiramente, optou por demitir 62
funcionários. Criticado por sua postura que muitos consideram desumana, nos
últimos tempos, a entidade acabou reduzindo em 25% o salário dos jogadores, em
maio e junho, do time principal que, no atual contexto, recebem remunerações
muito altas.
Fluminense
O Fluminense
tem uma dívida com jogadores e funcionários do mês de março da CLT. E a incluiu
na negociação para reduzir os salários entre 15% e 25%, definindo que pagaria
65% de março e diluiria outros 20% nos próximos pagamentos, o que configura a
redução de 15%. O clube não demitiu, mas tem de resolver as dívidas com estagiários,
que ainda não receberam em 2020, e dos direitos de imagem dos atletas,
atrasados desde o ano passado.
Fortaleza
Nos últimos
cinco anos o Fortaleza aumentou muito suas receitas, subindo de algo em torno
de R$ 10 milhões em 2014, para R$ 120,4 milhões em 2019. Os números, no
entanto, ainda não são suficientes para um conforto financeiro e, com a
pandemia, o clube definiu com o elenco uma redução salarial de 25% no mês de
maio. No acordo salarial anterior com o elenco, a redução de 25% em março e abril
será diluída em pagamentos futuros.
Goiás
Segundo a
imprensa goiana, a redução de salários no elenco do Goiás varia entre 25% e
50%, apesar de o clube não ter confirmado. As últimas administrações caminharam
para um equilíbrio financeiro, com crescimento de 25% das receitas em 2019,
prejudicado pela pandemia.
Grêmio
A redução de
salários no Grêmio foi de 25%, com os quatro meses de direitos de imagens
passando a ser pagos a partir de janeiro de 2021. A diretoria gremista acredita
que terá prejuízo de R$ 25 milhões com a paralisação. A situação só não
ficou pior porque o clube teve uma receita recorde de R$ 420 milhões em 2019.
Internacional
No Inter, as
receitas de 2019 também foram altas, chegando a R$ 436 milhões. A redução por
causa da pandemia foi de 30% dos vencimentos, segundo a imprensa local, apesar
de a diretoria não confirmar valores. Em situação similar à do Grêmio, os
direitos imagens que seriam pagos entre maio e julho, ficarão para serem
acertados a partir de janeiro de 2021.
Palmeiras
Com uma receita
de R$ 619 milhões em 2019, menor do que a do ano anterior, o Palmeiras já vinha
contendo gastos, sem fazer contratações de peso neste ano. Com a pandemia, o
clube, que busca não depender apenas dos cofres da Crefisa, reduziu em 25% o
salários do elenco e comissão técnica.
Santos
Após ter feito
uma boa campanha em 2019, com gastos menores do que a média dos outros grandes,
o Santos entrou em 2020 dispoto a reduzir suas despesas, projetando uma receita
de R$ 249 milhões, abaixo da do ano anterior. Com isso, foi natural uma redução
de 30% dos salários do elenco e comissão técnica em decorrência do novo
coronavírus.
São Paulo
A negociação no
São Paulo foi tensa, com o clube praticamente impondo uma redução de 50% dos
salários. O clube vinha se deparando com queda de receitas (R$ 398 milhões em
2019) e déficit, projetando obter pelo menos R$ 154 milhões em recursos com a
venda dos direitos de jogadores.
Sport
A diretoria da
agremiação optou por seguir a Medida Provisória 936, que admite a redução tanto
da carga horária quanto dos salários para todos os trabalhadores. A folha
salarial do clube é estimada em R$ 2 milhões por mês e a redução da remuneração
começou a ser negociada apenas nesta semana.
Vasco
O clube carioca
está com três meses de salários atrasados e deverá, na negociação com jogadores
e funcionários, incluir uma redução nos meses de maio, junho e julho, para
quitar as dívidas que têm se acumulado.
Eugenio
Goussinsky, do R7
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