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| © Irish Coast Guard/PA O navio de 80 metros foi visto pela última vez a milhares de quilômetros de distância em 2019 |
Um navio
"fantasma" apareceu na costa do Condado de Cork, na Irlanda, levado
pelo mau tempo que atingiu a Europa em decorrência da tempestade Dennis.
O barco,
abandonado pela tripulação, foi encontrado em meio às rochas de uma vila de
pescadores em Ballycotton por uma pessoa que passava pelo local.
O navio parece
ter ficado à deriva por mais de um ano, percorrendo milhares de quilômetros no
Oceano Atlântico desde que foi abandonado no sudeste das Bermudas em 2018.
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"É uma
chance em um milhão", disse John Tattan, gerente de operações da Royal
National Lifeboat Institution (RNLI) de Ballycotton.
Em entrevista
ao jornal Irish Examiner, ele afirmou que "nunca havia visto nada desta
forma em termos de abandono".
Mas qual é a
história por trás deste navio misterioso sem tripulação?
Construído em
1976, o navio, de nome Alta, teve uma série de proprietários e nomes — mais
recentemente, navegava com a bandeira da Tanzânia.
Autoridades de
vários países sabiam que a embarcação estava à deriva no oceano. Ela tinha sido
vista pela última vez em setembro de 2019 por um navio da Marinha Real
Britânica.
A saga que
levou a embarcação para a Irlanda começou em setembro de 2018, quando navegava
da Grécia para o Haiti, ainda com tripulação a bordo.
Mas problemas
não identificados levaram a uma queda de energia na embarcação, e o Alta ficou
à deriva em alto mar por 20 dias, a cerca de 2,1 mil quilômetros a sudeste das
Bermudas, segundo a Guarda Costeira dos EUA, que estava ciente da situação.
Como restavam
apenas dois dias de comida a bordo para a tripulação, a autoridade marítima
americana lançou comida e outros suprimentos de uma aeronave.
Quando um
furacão se aproximou, decidiram resgatar os 10 tripulantes do navio avariado e
levá-los para Porto Rico.
"O M/V
[Embarcação a Motor] Alta permanece à deriva no sudeste das Bermudas enquanto
as tentativas de resgate por parte dos proprietários continuam", declarou
um porta-voz do Centro de Operações Marítimas das Bermudas na época.
O que aconteceu
depois?
Parcialmente
danificado e sem tripulação, o Alta foi deixado então à deriva.
Um ano depois,
em setembro de 2019, o HMS Protector, embarcação de patrulha a serviço da
Marinha Real Britânica, avistou o navio no meio do Oceano Atlântico.
"Os
esforços para recuperá-la podem continuar, mas o futuro dela (da embarcação)
está nas mãos de outras pessoas", tuitou o HMS Protector, após ter
verificado que não havia tripulação a bordo.
Quem é
responsável pelos "navios fantasmas"?
Em geral, os
navios danificados ou naufragados continuam sendo propriedade de seus donos,
responsáveis por providenciar uma solução, disse à BBC News Robert McCabe,
diretor de operações costeiras da Commissioners of Irish Lights, organização
marítima que presta serviço na costa da Irlanda.
No entanto, se
um navio desse tipo for considerado perigoso à navegação, as autoridades locais
podem se mobilizar para rebocá-lo.
"Houve
vários incidentes assim no Mar da Irlanda — se não há proprietário, a
Commissioners of Irish Lights se envolve", diz McCabe.
"Ter um
navio à deriva por 18 meses não é comum", acrescentou. "O fato de ter
sido avistado apenas uma vez desde outubro de 2018 mostra a vastidão do
oceano".
Segundo ele, o
mau tempo recente pode ter reduzido o número de navios no mar e em posição de
ter avistado a embarcação.
O que pode
acontecer a seguir?
Não há poluição
visível vazando do navio, de acordo com cientistas ambientais que visitaram
Ballycotton na segunda-feira.
O Conselho do
condado de Cork, a Guarda Costeira da Irlanda e a Receiver of Wrecks,
autoridade que gerencia a legislação sobre naufrágios e resgate, vão decidir o
que vai acontecer com o navio.
Mas McCabe
acredita que a recuperação seria cara.
E ainda há
alguns mistérios na história da embarcação que precisam ser resolvidos: Quem é
o proprietário? E qual era a carga a bordo no momento em que foi abandonada?
As respostas
poderão ser fornecidas apenas quando for tomada uma decisão sobre o que fazer
com o navio.

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