Banhistas
foram surpreendidos com o óleo ao frequentar praias
da Região dos Lagos do Rio — Foto: Reprodução
Inter TV RJ
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Acordo entre
Defensoria Pública do RJ e Petrobras deve beneficiar cerca de 1.900
trabalhadores da região. Segundo Ibama, 22 praias foram atingidas por vazamento
da plataforma P-53 da Bacia de Campos.
Pescadores,
marisqueiros e maricultores começam a ser indenizados sete meses após o aparecimento
de óleo em praias da Região dos Lagos do Rio.
O vazamento na
plataforma P-53 da Petrobras aconteceu no campo de Marlim Leste, na Bacia de
Campos em março deste ano. A partir de abril, o óleo começou a ser registrado
por moradores de praias de Cabo Frio e Búzios.
O vazamento que
atingiu a Região dos Lagos não
tem relação com o que ocorre atualmente na região Nordeste do
país.
As
indenizações, que custam R$ 4.500 por trabalhador, começaram a ser pagas neste
mês de outubro, segundo informou a Petrobras.
Ainda não há
informações sobre quantas já foram pagas. De acordo com a Petrobras, 1.900
trabalhadores devem ser beneficiados.
O acordo partiu
de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Defensoria Pública, a
Petrobras e os trabalhadores.
Segundo o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), 22 praias e diversos costões rochosos de Arraial do Cabo, Cabo Frio e
Búzios foram atingidos.
Além do mar e
dos costões rochosos, o óleo proveniente do vazamento atingiu também a faixa de
areia das praias.
De acordo com a
Defensoria Pública do Rio, além dos impactos ambientais, o vazamento prejudicou
o turismo e interrompeu a atividade pesqueira afetando a vida de quem depende
da pesca e do turismo na região.
"Foi um
acordo histórico garantir a indenização dos pescadores, que são pessoas mais
vulneráveis, em apenas quatro meses", disse o defensor público-geral
Rodrigo Pacheco.
Óleo chegou
a atingir areia das praias na Região dos Lagos
do Rio — Foto: Reprodução Inter TV RJ
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Maciel Félix de
Andrade, presidente da Associação de Pescadores Z-5 de Arraial do Cabo,
acredita que as indenizações garantem a compensação para os prejuízos causados
pelo interrupção das atividades pesqueiras após o vazamento.
"O acordo
foi muito importante para a gente, pois evitou que ficássemos esperando muito
tempo por alguma reparação. Ainda estamos organizando a documentação dos
pescadores, mas o nosso direito já foi garantido", disse.
Prejuízos na
pesca e no turismo
O pescador
Rafael Las Casas, de 37 anos, da praia do Peró, em Cabo Frio, explica que o
vazamento aconteceu em um época importante para os pescadores.
"O período
que ficamos sem poder pescar era ótimo para a pesca, porque não tem tanto
vento. A atividade pesqueira entre julho e outubro costuma ter uma produção
mais baixa em razão dos ventos que atingem a região e do período de defeso,
momento em que a pesca de determinadas espécies é proibida", disse Rafael.
Muitos
pescadores acabaram se dedicando a outras atividades, como entregas, trabalhos
temporários na construção civil, faxinas e serviços gerais.
Márcio Braga,
de 56 anos, foi um dos trabalhadores que precisou recorrer a serviços
temporários no cais para manter o orçamento da família.
"Quando
não tem peixe ficamos sem a nossa principal fonte de renda e aí precisamos
procurar outros serviços para conseguir sobreviver", afirmou.
O pescador e
maricultor José Walter Terra, representante da Associação de Maricultores do
Peró, lembra que além do diminuição de peixes e mariscos, o vazamento também
afetou o turismo da região, o que atrapalhou ainda mais a sobrevivência das
famílias que se dedicam exclusivamente à pesca artesanal.
"Nós somos
autônomos. Então, se os turistas sabem que houve um desastre ecológico dessa
proporção e que a praia está interditada, eles simplesmente não vêm pra cá.
Nossa economia gira em torno disso, se não tem turista ficamos quebrados".
Impactos
Ambientais
O G1 aguarda resposta do Ibama para
saber sobre os impactos ambientais provocados na região após o vazamento.
Por meio de
nota, a Petrobras disse que capacitou, em setembro, 30 agentes públicos em
resposta a vazamento de óleo em áreas costeiras, além de técnicos da Defesa
Civil, do Inea e do ICMBio/RESEX.
Além disso, a
empresa afirmou que realizou um simulado de campo com esses profissionais e
forneceu Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para todos os participantes.
A Petrobras
disse que assumiu ainda o compromisso de fornecer às prefeituras mantas
absorventes e três barcos.
Por Aline Rickly, G1 — Região dos
Lagos
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