Policiais
civis chegam ao prédio onde mora Garotinho,
na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução/TV Globo
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Na terça
(29), desembargadores da 2ª Câmara Criminal derrubaram o habeas corpus que
mantinha o casal em liberdade e expediram um novo mandado de prisão. Defesa vai
recorrer.
A Polícia Civil
do RJ prendeu, na manhã desta quarta-feira (30), os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha
Matheus. O casal estava em casa, no Flamengo, na Zona Sul do Rio.
Os mandados de
prisão preventiva foram cumpridos às 6h30. O casal deixou a residência às 6h50.
É a quinta vez que Garotinho é preso, e a terceira de Rosinha.
Na terça-feira
(29), os desembargadores da 2ª Câmara Criminal derrubaram
o habeas corpus que mantinha o casal em liberdade, por dois votos
a um, e expediram um novo mandado de prisão.
A Justiça
atendeu a um pedido do Ministério Público, que afirma que o casal está
interferindo nas investigações - incluindo ameaças a uma testemunha-chave.
O casal tinha
sido preso em setembro, acusado de participação em um esquema de
superfaturamento em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos e a
construtora Odebrecht.
Um dia depois,
os dois foram soltos após um habeas corpus deferido pelo juiz Siro Darlan, no
Plantão Judiciário.
Defesa vai
recorrer
A defesa diz
que recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “A ordem de prisão é ilegal
e arbitrária, pautada apenas em suposições e conjecturas genéricas sobre fatos
extemporâneos, que supostamente teriam ocorrido entre os anos 2008 e
2014", afirma o advogado Vanildo José da Costa Junior.
Em outra nota,
assinada por Garotinho e Rosinha, eles se dizem vítimas de
"perseguição".
De acordo com
delações premiadas à força-tarefa da Lava Jato, o prejuízo aos cofres públicos
causado pelo esquema que teria contado com a participação do casal pode chegar
a R$ 60 milhões.
O Ministério
Público afirmou que a prisão preventiva do casal foi pedida por risco de alguma
interferência de ambos nas investigações. A medida se fez necessária, segundo o
MP, porque eles têm "poder dissuasório" em Campos dos Goytacazes,
Norte Fluminense. Ambos foram prefeitos da cidade.
CPI
investigou contratos
Uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Campos investigou
os contratos da Prefeitura com a construtora e o relatório final,
divulgado em março de 2018, apresentou indícios das seguintes irregularidades:
associação criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação, fraude de
concorrência, corrupção passiva, caixa dois eleitoral e improbidade
administrativa.
A CPI
investigou por nove meses os contratos referentes ao programa de habitação. Segundo
a CPI, foram ouvidos cinco ex-secretários do município durante as
investigações.
Histórico de
prisões
- Operação
Secretus Domus - em setembro deste ano, foi a quarta prisão
do ex-governador Garotinho.
- Operação
Chequinho - A primeira foi em 16 de novembro de 2016, em uma
investigação de um esquema de compra de votos envolvendo o programa social
Cheque Cidadão na eleição municipal daquele ano. Dois dias depois, o
ex-governador resistiu quando a Justiça determinou a transferência do
Hospital Souza Aguiar, onde estava internado, para Bangu.
- Fraude
eleitoral - A segunda prisão de Garotinho foi em 13 de
setembro de 2017, enquanto apresentava seu programa de rádio. O MP
afirmara que, em troca de votos em candidatos a prefeito e vereadores em
2016, a Prefeitura de Campos oferecia inscrições no Cheque Cidadão, que
dava R$ 200 por mês a cada beneficiário. Garotinho era secretário de
Governo da mulher. A Justiça acabou liberando-o para cumprir a pena em
casa, com o uso de tornozeleira eletrônica.
- Contrato
fantasma - A terceira prisão foi em novembro de 2017, junto
com Rosinha. Segundo delação de Ricardo Saud, da JBS, foi firmado um
contrato de R$ 3 milhões para serviços de informática que jamais foram
prestados - a suspeita é de repasse irregular de valores para a utilização
nas campanhas eleitorais.
Garotinho chegou
a lançar sua candidatura ao governo do Rio nas eleições de 2018,
mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou
a candidatura com base na Lei da Ficha Limpa.
Este ano, a
Justiça determinou que Garotinho
fosse monitorado por tornozeleira eletrônica - dentro da Operação
Chequinho -, mas sua defesa conseguiu derrubar as medidas cautelares.
Por TV Globo
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