O candidato
do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro,
visita a sede da Superintendência da Polícia
Federal, no centro
do Rio.
- Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O candidato do
PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou hoje (18), durante uma
transmissão ao vivo nas redes sociais (live) que teme por sua segurança, daí a
decisão de não participar de debates e evitar aglomerações. Ele se comparou com
o juiz Sergio Moro porque ambos não têm liberdade para sair às ruas. Não
mencionou diretamente eventuais viagens, suspensas desde o ataque que sofreu em
6 de setembro.
Como exemplo, o
candidato mencionou o fato de ter sido examinado por uma junta médica no Rio e
não ter viajado para São Paulo onde fica o Hospital Albert Einstein. “Fui
aconselhado a não ir porque ao pousar em São Paulo eu teria de fazer um
deslocamento e poderia sofrer um atentado e isso seria ideal para esses que
estão aí [os meus adversários]”.
No momento em
que os presidenciáveis trocam acusações sobre disseminação de fake news,
Bolsonaro negou que empresários que o apoiam financiem a divulgação de notícias
falsas anti-PT via aplicativo.
“Nós não
precisamos de fazer fake news para combater o Haddad. Essa
história de levar indícios à Justiça. Eles não têm prova de nada”, disse o
candidato. Advogados de Bolsonaro prometem notificar empresas e processar o
adversário petista, Fernando Haddad. Em contrapartida, o PT ingressou nesta
quinta-feira com uma ação em razão da suspeita do envio em massa de mensagens
falsas.
Marcas
Vestindo uma
camisa verde e amarela com as cores do Brasil, Bolsonaro fez a live ao
lado do filho, Eduardo, eleito por São Paulo para a Câmara Federal. Ele
mostrou, pela primeira vez, os 35 pontos que levou no abdômen e a bolsa de
colostomia, colocada do lado direito do corpo – ela está ligada ao intestino
grosso e é usada para eliminação das fezes.
“O pessoal [do
Haddad] quer que eu vá a debate. Eu posso ter um problema com a bolsa de
colostomia. Posso ter que voltar ao hospital. Eu não vou debater com um poste
porque o Haddad vai falar de ministério, mas quem vai botar as pessoas lá é o
Lula. Segundo a Constituição, se eu morrer assassinado por uma facada, por um
tiro de um sniper [atirador de elite], o que vai acontecer é o
terceiro colocado vir a disputar a eleição. Então teremos o segundo turno entre
Haddad e Ciro.”
Liberdade
Bolsonaro
disse, ainda, que a vida pessoal dele não pertence mais a ele e que não pode
mais frequentar lugares como bares, praia e o comércio, frequentado por pessoas
comuns. “Eu não pertenço mais a mim mesmo. Hoje em dia eu e o Sergio Moro [juiz
federal responsável pela Operação Lava Jato] não temos mais liberdade no
Brasil. Nós não podemos ir a uma padaria comprar um pão, ir à praia com nossos
filhos, perdemos completamente a liberdade. É um jogo de poder. A esquerda fará
tudo para me tirar de combate”, disse.
Em seguida, o
candidato disse que não está acusando a esquerda de ter planejado a tentativa
de homicídio contra ele. Mas relembrou que seu agressor Adélio Bispo de
Oliveira foi vinculado ao PSOL até 2014.
Douglas
Corrêa - Repórter da Agência Brasil
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