O presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, discursa na
Assembleia
Geral da ONU, em Nova York, em 25 de setembro de 2018
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O presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, apertou as rédeas, nesta terça-feira (25),
contra Venezuela e Irã: disse que o presidente venezuelano pode ser
"derrubado muito rapidamente" por militares, anunciou novas sanções
contra a esposa e os colaboradores de Nicolás Maduro e também pediu para
"isolar" o regime iraniano.
O governo de
Maduro "é um regime que, francamente, poderia ser derrubado rapidamente
pelos militares se estes decidissem fazer isso", declarou Trump a
jornalistas na sede da ONU.
Pouco antes, em
seu discurso à Assembleia Geral da ONU, Trump lamentou a "tragédia
humana" que a Venezuela vive, e que há poucos anos era "um dos países
mais ricos da Terra" e que hoje está "arruinada" pelo
socialismo, que, disse, conduziu "seu povo à abjeta pobreza".
"Pedimos
às nações reunidas aqui se unam a nós no pedido de restauração da democracia na
Venezuela", afirmou.
Nesta terça, os
Estados Unidos impuseram mais sanções contra pessoas próximas a Maduro: a
primeira-dama, Cilia Flores; a vice-presidente, Delcy Rodríguez; o ministro de
Comunicação, Jorge Rodríguez; e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
"Não se
metam com Cilia. Não se metam com a minha família. Não sejam covardes! (...)
Seu único crime é ser minha esposa. Como não podem com Maduro, vão contra
Cilia. E tampouco podem contra Cilia, porque Cilia é uma mulher
aguerrida", respondeu Maduro de Caracas.
As autoridades
americanas também anunciaram ações contra uma rede que apoia um suposto testa
de ferro do líder chavista Diosdado Cabello nos Estados Unidos e embargaram um
avião particular de 20 milhões de dólares.
Com essas
sanções, todos os ativos dessas pessoas em território americano ficam
congelados.
O presidente do
Equador, Lenín Moreno, pediu, por sua vez, "uma ação continental"
pela Venezuela, questionando implicitamente o governo de Maduro por provocar o
que descreveu como "a maior diáspora da história" da América.
O presidente
Michel Temer destacou a acolhida de "todos" os milhares de
venezuelanos que chegaram ao Brasil "em busca de condições dignas de
vida".
Segundo a ONU,
1,6 milhão de venezuelanos emigraram desde 2015.
AF, agências da
ONU e países receptores de migrantes para discutir o tema.
Na
quarta-feira, Argentina, Colômbia, Peru, Chile e Paraguai anunciarão o envio de
uma carta à Procuradoria do Tribunal Penal Internacional, na qual pedirão que
investiguem crimes contra a humanidade cometidos pelo governo venezuelano.
Irã também
no alvo
Em seu
discurso, Trump denunciou "a ditadura corrupta" do Irã e disse que
seus líderes "semeiam o caos, a morte e a destruição".
Irritando seus
aliados europeus, há quatro meses Trump decidiu abandonar o acordo multilateral
de 2015 que reduziu significativamente o programa nuclear do Irã em troca de um
alívio das sanções.
Um dia depois
de a União Europeia anunciar um novo marco legal com a esperança de que suas
empresas possam continuar negociando com o Irã e escapar das sanções
americanas, Trump pediu a todos os países que isolem Teerã.
"Não podem
deixar que o maior patrocinador mundial do terrorismo possua as armas mais
perigosas do planeta", assinalou, fazendo alusão ao apoio de Teerã a
movimentos militantes islâmicos como Hamas e Hezbollah.
Também na
Assembleia Geral, o presidente iraniano, Hasan Rohani, respondeu acusando Trump
de tentar derrubar o governo de Teerã.
O presidente
do Equador, Lenín Moreno, na Assembleia Geral
da ONU, em Nova York, em 25 de setembro de
2018
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O mandatário do
Irã denunciou a posição "absurda" do americano e afirmou que a
segurança internacional não pode "o brinquedo da política interna
americana".
Mais cedo, o
presidente francês, Emmanuel Macron, pediu na mesma assembleia que resolvam a
crise do Irã por meio do "diálogo e do multilateralismo".
"O que é
que realmente resolverá a situação no Irã e já começou a permitir a sua
estabilização?", perguntou Macron. "A lei do mais forte? A pressão de
um só? Não!", enfatizou.
'EUA nunca
pedirão perdão'
Trump atacou fortemente a visão "mundialista" do planeta, compartilhada por muitos países que defendem o multilateralismo na ONU e pela esquerda nos Estados Unidos, e prometeu: "Os Estados Unidos nunca pedirão perdão por proteger seus cidadãos".
Trump atacou fortemente a visão "mundialista" do planeta, compartilhada por muitos países que defendem o multilateralismo na ONU e pela esquerda nos Estados Unidos, e prometeu: "Os Estados Unidos nunca pedirão perdão por proteger seus cidadãos".
Assegurou que o
Tribunal Penal Internacional, apoiado pela ONU, "não tem nenhuma
jurisdição, nem legitimidade, nem autoridade".
"Nunca
entregaremos a soberania dos Estados Unidos para uma burocracia mundial que não
foi eleita e nem presta contas. Os Estados Unidos são governado pelos Estados
Unidos", afirmou.
Trump provocou
risos na habitualmente solene assembleia ao se vangloriar de que seu governo é
o melhor da história dos Estados Unidos.
Por Alina
DIESTE, Laura BONILLA
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