O debate entre
os candidatos à Presidência da República promovido por TV Gazeta, Estadão, Jovem Pan e Twitter foi
marcado pela defesa da não violência. Ao iniciar suas falas, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) enfatizaram
a necessidade de se pacificar a sociedade, em referência ao atentado em que o
candidato do PSL, Jair Bolsonaro, foi atingido por uma
facada, na última quinta-feira, em Juiz de Fora (MG).
No primeiro
bloco, os candidatos escolheram os rivais para responder às suas perguntas.
Quase todas as questões se referiram a propostas dos adversários, exceto
por Guilherme Boulos (PSOL),
que partiu para o ataque a Meirelles.
Meirelles foi o
primeiro a perguntar, escolheu Alckmin para responder à sua questão. "Como
vamos mudar esse radicalismo que tanto prejudica o Brasil?", perguntou,
mencionando o incidente "lamentável" contra Bolsonaro. "É
necessário um grande esforço conciliador". Sempre que há um esforço de
união nacional, de pacificação, que é o que eu defendo, a democracia
consolida-se.", disse o candidato tucano.
Meirelles
criticou seu adversário: "O senhor prega a pacificação, no entanto, quando
Bolsonaro ainda estava na sala de cirurgia, seu programa o atacava fortemente.
Isso não é uma atitude de radicalização?". Alckmin afirmou que o
emedebista "não viu" seu programa. "Nunca pregamos a violência.
Sou contra qualquer tipo de radicalismo."
No segundo
bloco, comentando que o atentado contra Bolsonaro aumentou a divisão entre os
campos políticos no Brasil, a jornalista Vera Magalhães perguntou a Boulos se ele considera que a esquerda ajudou a
fomentar a polarização no País, com o discurso do "nós contra eles que
vigorou desde o governo Lula".
"Temos que
diferenciar o que é violência e ódio na política e o que é polarização social. Quando diferença
transborda para o ódio, isso é inadmissível.
Aliás, essa semana, faz seis meses do assassinato covarde de Marielle (Franco, vereadora pelo PSOL), sem que a
gente saiba quem matou e mandou matá-la. Bolsonaro sofreu ataque e repudiamos. Todas as diferenças que
tenho com Bolsonaro vamos resolver na política, não na violência.
Querer achar o pai da polarização é
hipocrisia", respondeu Boulos.
Ciro pediu para comentar a
pergunta de sobre polarização a Boulos, fazendo
um gesto de "vem" com as mãos para a jornalista, que acabou
escolhendo Meirelles para
comentar. "Temos que promover o diálogo e caminhar juntos para a frente", disse o
emedebista.
Na tréplica,
Boulos afirmou que, "efetivamente, a violência não é o meio para mudar o País". "Quem
perde com uma campanha marcada por clima de violência é a democracia. Precisamos condenar todo tipo de violência,
inclusive a que atinge a juventude
negra nas periferias. Para enfrentar a violência, vamos fazer de cima
abaixo", respondeu Boulos.
Em suas
considerações finais, Marina lembrou que "esse é o primeiro debate depois
do atentado contra Jair Bolsonaro".
"Tenho dito reiteradas vezes que entrei nessas eleiçõesmesmo com todas as
dificudadades de não ter tempo de
TV, de não ter dinheiro, mas disse que entrei para oferecer a outra
face. Para a face do ódio,
o amor. Para a face da
violência e do desrespeito, temos que ter tolerância, respeito com as ideias
dos outros. Sou mulher, sou mãe de quatro filhos. Vi a violência perto de minha
vida desde a adolescência. Tivemos o assassinato da Marielle, atentado ao Lula e atentado contra Bolsonaro. Não vamos chegar a lugar nenhum com
um País dividido. Quero
chamar você, mulher, para fazermos um grande movimento para unir o Brasil. Um
País próspero e bom de se viver", afirmou a candidata da Rede.
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