© AP Jim
Mattis, no dia 7 de agosto, no Pentágono.
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Com os olhos na
China, o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, começou no domingo sua
primeira viagem à América do Sul. Em suas paradas no Brasil, Argentina,
Chile e Colômbia, o objetivo do chefe do Pentágono será fortalecer as
relações militares com Washington e conter a crescente influência de
Pequim na região. “Essas relações são críticas para um hemisfério ocidental [o
continente americano] colaborativo, próspero e seguro”, disse o Departamento de
Defesa.
Nesta
segunda-feira, Mattis se reúne em Brasília com com os ministros
Joaquim Silva e Luna, da Defesa, e Aloysio Nunes Ferreira, das Relações
Exteriores. Na pauta do encontro estão as alternativas para avançar na
cooperação nas áreas técnica, científica, político-militar e indústria de
defesa.
A Casa
Branca declarou 2018 o “ano das Américas” e, de acordo com o Pentágono, a
viagem do general reformado dos Fuzileiros Navais reflete os “fortes laços de
defesa” com os quatro países que visitará. Laços que, no entanto, parecem não
interessar ao presidente Donald Trump, que não viajou para a região. Iria
fazê-lo em abril, mas cancelou sua participação na cúpula das Américas, no
Peru, para preparar a operação militar contra o regime sírio por conta do uso
de armas químicas.
A Casa Branca
mantém um bom relacionamento com seus principais aliados latino-americanos, em
parte graças a sua forte posição em relação à crise venezuelana, mas
também provocou tensões na região com sua política anti-imigração e
sua deriva protecionista.
A viagem de
Mattis, que em setembro do ano passado esteve no México, começa no Brasil, onde
terá reuniões com altos comandantes militares e fará um discurso. De lá,
seguirá para a Argentina e o Chile para finalmente chegar à Colômbia, onde
se encontrará com membros do novo Governo de Iván Duque.
A crise na
Venezuela vai pairar sobre a viagem, especialmente na Colômbia, mas também no
Brasil, que reforçou significativamente sua cooperação militar com os Estados
Unidos nos últimos anos. De fato, soldados norte-americanos participaram em
novembro de treinamentos conjuntos com seus colegas brasileiros como preparação
para possíveis crises humanitárias.
Como parte de
sua estratégia expansionista, a China reforçou nos últimos anos seus
laços com alguns dos países que Mattis visitará, como a Argentina, onde
Pequim construiu uma base espacial. “Estamos preocupados que a China tem uma
maneira de fazer negócios que não necessariamente responder da melhor forma
possível aos interesses dos nossos parceiros no hemisfério”, explicou a um
grupo de jornalistas o subsecretário adjunto de Defesa para Assuntos do
Hemisfério Ocidental, Sergio de la Peña, informa a agência Efe.
Como também fez
na África, Pequim multiplicou seus investimentos na América Latina na
última década e também a concessão de créditos, o que lhe permite ganhar peso
diplomático. “Eles são generosos com seus empréstimos, mas se você não puder
pagar, eles receberão algum tipo de compensação em troca”, avisou de la Peña.
Joan Faus
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