Ao menos 10
pessoas estão desaparecidas.
Ao menos 141
pessoas morreram em consequência das fortes chuvas na região oeste do Japão,
anunciaram as autoridades, que prosseguem com a busca por desaparecidos em
bairros completamente cobertos de lama e entre os escombros de imóveis.
As operações de
busca continuavam no oeste do arquipélago, onde pelo menos 10 pessoas continuam
desaparecidas, segundo o porta-voz Yoshihide Suga. Por isso, as autoridades
temem o aumento do balanço de mortos com o avanço dos trabalhos de busca.
Com a gravidade
da situação, o primeiro-ministro Shinzo Abe cancelou uma viagem que o levaria a
Bélgica, França, Arábia Saudita e Egito, informou a imprensa.
Na cidade de
Kumano, a lama destruiu várias casas, que viraram pilhas de madeira.
O sol começa a
secar as áreas inundadas. As equipes de emergência procuravam os vestígios de
muitos desaparecidos.
"Estamos
retirando os escombros onde podemos. Também retiramos casas destruídas. Se não
fizermos isto é impossível chegar até os possíveis sobreviventes presos nos
escombros", afirmou uma fonte militar.
Ao retornar
para suas casas destruídas com a redução da chuva, os moradores começaram a
perceber a amplitude da tragédia. Bairros inteiros estão inundados, veículos
foram parar em crateras abertas em estradas devastadas, pontes foram destruídas
e a lama domina o cenário.
Na cidade de
Kurashiki, na província de Okayama, "parece que não há mais ninguém
pedindo ajuda nos telhados das casas", afirmou um socorrista.
"Os
socorristas se deslocavam ontem (domingo) em barcos pela amplitude das
inundações, mas a água está escoando progressivamente e, se o nível registrar
uma redução suficiente, poderão chegar a zonas muito afetadas por estrada ou a
pé", disse a porta-voz da agência de gestão de catástrofes do município de
Okayama. "Hoje não chove, mas temos que permanecer alertas com a
lama", insistiu.
Esta é uma das
piores catástrofes do tipo nos últimos anos no Japão, com um número de vítimas
que supera o registrado nos deslizamentos de terra de 2014 em Hiroshima, com 74
mortos.
As passagens de
dois tufões em agosto e setembro de 2011 deixaram mais de 100 mortos.
No domingo, o
governo retirou o estado de alerta máximo.
Situação
meteorológica anormal
"As
operações de resgate prosseguem as 24 horas do dia", afirmou no domingo
Yoshihide Fujitani, diretor da agência de gestão de catástrofes de Hiroshima.
"Também
ajudamos as pessoas retiradas de suas casas e tentamos recuperar as
infraestruturas vitais como a rede de água e gás", disse Fujitani. "É
uma situação anormal diante de um risco iminente, não se aproximem das zonas de
risco, mantenham-se em alerta", insistiu um funcionário da agência
meteorológica, Yasushi Kajiwara.
As chuvas entre
sexta-feira e domingo atingiram níveis recordes em 93 pontos de observação de
14 municípios.
Cinquenta e
quatro mil integrantes dos corpos de bombeiro, da polícia e das Forças de
Autodefesa (nome do Exército japonês) foram mobilizados para as áreas afetadas,
"fazendo o máximo para salvar vidas", destacou o primeiro-ministro
Abe.
Quase cinco
milhões de pessoas receberam a recomendação de deixar suas casas.
Algumas
fábricas (Panasonic, Mitsubishi Motors, Mazda) foram obrigadas a paralisar suas
cadeias de produção na região, assim como empresas de serviços como Amazon.
O Japão costuma
ser afetado por fortes frentes de chuva, além de tufões, muitas vezes mortais,
que alcançam o arquipélago no verão.
Por France Presse
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