Corpo da atriz Tônia Carrero será cremado nesta segunda-feira | Rio das Ostras Jornal

Corpo da atriz Tônia Carrero será cremado nesta segunda-feira

Vitor Thiré, bisneto de Tônia se despede no velório que acontece
 no Theatro Municipal do Rio (Foto: Matheus Rodrigues/G1)

No velório neste domingo, o filho, netos, bisnetos e amigos da TV e teatro homenagearam Tônia com aplausos e gritos de 'Bravo', 'Bravo'. Atriz morreu aos 95 anos, de ataque cardíaco durante cirurgia.
O corpo da atriz Tônia Carrero será cremado em cerimônia restrita para a família no final da manhã desta segunda-feira (5), no Memorial do Carmo, Caju, Zona Portuária do Rio. A atriz que morreu, aos 95 anos, na noite de sábado (3) de um ataque cardíaco durante uma cirurgia, recebeu homenagens durante o velório que durou cerca de oito horas neste domingo (4), no Theatro Municipal do Rio.
Neta de Tônia Carrero agradece presença e encerra velório com uma salva de palmas
Na despedida, o filho, netos, bisnetos e amigos da TV e teatro. A atriz, uma diva da TV, cinema e teatro brasileiro, foi homenageada com aplausos e gritos de 'Bravo, 'Bravo'.
Para homenagear Tônia, familiares e amigos próximos contaram histórias dela ao longo da vida e da carreira.
O corpo da atriz Tônia Carrero começou a ser velado no início da tarde deste domingo. Cecil Thiré, filho único da atriz, chegou ao velório por volta das 15h. Também prestaram as últimas homenagens, os netos, bisnetos e amigos da TV e do teatro.
Antes da cerimônia ser aberta ao público, somente a família teve acesso ao interior do prédio. Os portões do prédio foram abertos por volta das 14h15 e o velório terminou por volta das 21h.
Um dos primeiros amigos a chegar ao Municipal foi o ator Ney Latorraca.
“Ela não era só a atriz bonita, talentosa e amada. Qualquer movimento político que você procure, sempre tinha a Tônia à frente em todas as passeatas. Contra a ditadura, contra a censura. Por coincidência, esses dias achei uma foto que tem todas: Tônia Carrero, Silvia Becker, Odete Lara, Eva Vilma. Elas estavam aqui na frente para a ‘Passeata dos 100 mil’. Ela não é apenas uma grande atriz que a gente perde, a gente perde esse ser humano revolucionário e amado”, afirmou ao G1 o ator Ney Latorraca.
Além de Ney, outros amigos também foram se despedir de Tônia Carrero: Nicette Bruno, Beth Goulart, Edwin Luisi, Sandra Pera, Sylvia Bandeira, Julia Lemmertz, Antônio Pitanga e Marco Nanini, que levou flores brancas para se despedir da amiga.
Alguns fãs da atriz também passaram pelo teatro para participar da despedida.
Despedida com emoção da família e amigos
Por volta das 19h, a neta Luisa Thiré fez um agradecimento pela presença dos amigos e fãs. Chorando e muito emocionando, o ator Marco Nanini em poucas palavras fez um agradecimento à amiga. Para encerrar, eles cantaram a música 'Carinhoso', de Pixinguinha.
A atriz Nicette Bruno chegou ao Theatro Municipal por volta das 17h e falou com carinho e saudade da amiga.
Retrato da atriz Tônia Carrero
(Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo)
“Nossa estreia foi no filme ‘Querida Susana’. Era estreia minha, dela e do Anselmo Duarte, nos três estreamos juntos no cinema. (...) Eu tive a oportunidade de participar de todos os inícios desse grande ciclo de trabalho dela. Eu gostava muito dela, nós tínhamos um carinho muito especial uma com a outra. Ela foi na estreia do meu teatro em São Paulo, ela foi no meu casamento, estávamos juntas sempre que podíamos. O Brasil está chorando hoje”, disse Nicette Bruno.
A neta Luisa Thiré lembrou que a avó sempre foi uma pessoa que lutou por seus direitos. Segundo ela, Tônia Carrero brigou até com familiares para seguir no sonho de ser atriz.
“Ela é de uma geração pioneira, primeiríssima, ao lado de outras grandes damas como Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro. A gente aprendeu muito com ela, ela sempre foi muito presente, muito crítica, calorosa e carinhosa com a família. Acho que pro Brasil ela foi um exemplo de mulher batalhadora, que lutou pelos seus direitos, ela começou a fazer teatro numa época que era feio. O pai dela parou de falar com ela quando ela disse que queria ser atriz, queria dançar balé, o pai meio que morreu brigado com ela porque era feio. Ela brigou com tudo que apareceu pela frente e continuou brigando, lutando. Ela era muito ativa dos movimentos políticos, muito à frente do tempo, independente”, disse Luisa.
O neto Carlos Thiré disse que a avó foi uma guerreira até o final da vida.
“É difícil assumir que chegou o dia de me despedir da pessoa mais forte que eu já conheci na minha vida. Ela conseguiu fazer exatamente o que queria da vida dela, com isso ela deixou um rastro de luz enorme. (...) Ela era uma das pessoa mais livres com quem eu já tive contato, essa mensagem fica com uma força incrível. Eu acho que ela já tava merecendo descansar, ela esticou a corda até onde não dava mais. Mas hoje não é um dia de tristeza, hoje é um dia de saudade”, disse Carlos Thiré.
A atriz morreu de ataque cardíaco, pouco depois das 22h de sábado (3), durante uma cirurgia, numa clínica particular na Gávea, na Zona Sul. Ela tinha 95 anos e havia sido internada na véspera em decorrência de uma úlcera no sacro. Ela morreu durante procedimento médico, segundo informou a neta Luísa Thiré.
Tônia é a matriarca de uma família que tem quatro gerações de artistas: além do único filho, o ator Cécil Thiré, netos e bisnetos também seguiram a carreira. Ela é classificada pelo projeto Brasil Memória das Artes, da Funarte, como "diva e dama" e "referência de beleza, inteligência e talento na história do teatro brasileiro".
Tônia Carrero participou de 54 peças, 19 filmes e 15 novelas ao longo de sua carreira. Sua última novela foi “Senhora do Destino” (2004), na qual fez uma participação especial. No cinema, sua última aparição foi em “Chega de Saudade” (2008).
Homenageada do Prêmio Shell de 2008, ela atuou no teatro pela última vez em 2007, em "Um Barco Para o Sonho", peça produzida pelo filho Cécil e dirigida pelo neto Carlos Thiré.
Tônia começou na televisão na década de 60, a convite do autor Vicente Sesso, para fazer “Sangue do Meu Sangue” ao lado de Fernanda Montenegro e Francisco Cuoco. A novela do diretor Sérgio Britto foi exibida em 1969 pela TV Excelsior.
Um de seus personagens mais marcantes foi a sofisticada e encantadora Stella Fraga Simpson, em “Água Viva” (1980), de Gilberto Braga. Tônia viria a trabalhar novamente com o autor em 1983, na novela “Louco Amor”, desta vez interpretando Mouriel.
Por G1 Rio

Postar no Google +

About Redação

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.
    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!