Foto do
jornal "Panorama" mostra puma desnutrido em
zoológico da
Venezuela (Foto: Miguel Romero/Panorama/AFP )
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Jornal
venezuelano 'Panorama' capturou imagens de animais desnutridos; outros
precisaram ser sacrificados.
Dois pumas com
a pele grudada nos ossos deram rosto ao drama de um zoológico do oeste da
Venezuela, onde vários animais estão morrendo por falta de comida e outros
sofrem de desnutrição severa.
Patos, porcos e
cabras tiveram que ser sacrificados para alimentar outras espécies no zoológico
metropolitano de Zulia, fechado para visitantes desde meados de fevereiro, após
a divulgação de imagens de feras famintas.
Um leão
africano, um tigre de bengala, um jaguar, várias jaguatiricas e aves de rapina,
todos carnívoros, engrossam a lista de desnutridos, disseram recentemente à AFP
trabalhadores do parque, situado no município de San Francisco.
Mas os pumas -
resgatados do tráfico de animais silvestres – apresentam o quadro mais grave.
Suas fotos difundidas pelo jornal local "Panorama" causaram alarme.
"Ambos
estavam confinados como animais de estimação e chegaram malnutridos, se
recuperaram, mas com esta crise retrocederam, como se tivessem encolhido",
acrescentaram as fontes.
O país encara
uma grave escassez de alimentos e remédios, além de uma hiperinflação que em
2018 poderia chegar a 13.000%, segundo o FMI. "Os zoológicos não escapam
da crise", admitiu uma autoridade, que disse não ter "autorização
para declarar à imprensa".
Puma é
capturado pelo jornal 'Panorama'; animais sofrem
por falta de
alimentos na Venezuela
(Foto: Miguel Romero/Panorama/AFP )
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Um macho e uma
fêmea de condor-dos-Andes nascidos em cativeiro e transladados ao parque para
um plano reprodutivo que busca salvar a espécie da extinção também passaram
semanas sem comer adequadamente.
Esta é a maior
e mais pesada ave voadora do mundo e está em "perigo crítico" pela
caça e "o uso estendido de agroquímicos", segundo o Livro vermelho da
fauna venezuelana. Restam poucos exemplares em estado silvestre.
A fome levou
dois carcarás (aves de rapina) a comerem seu companheiro de jaula.
Para tentar
compensar a falta de carne, diretores promoveram a caça de iguanas – lagartos –
que crescem silvestres no zoo, além da pesca de tilápias em lagoas do parque.
Além do
fornecimento irregular de alimentos, o único zoológico do estado de Zulia é
afetado por roubos. Em 2016, ao menos 40 animais foram roubados por sua carne.
Dirwings
Arrieta, prefeito de San Francisco, anunciou a "reestruturação" do
lugar, mas não se referiu à desnutrição dos animais.
A insegurança
afeta outros zoológicos, como o de Caricuao, em Caracas, onde em 2016 mataram
um cavalo para roubar sua carne. Em janeiro, meios do estado Falcón (oeste)
informaram do roubo de dois caititus (porcos selvagens).
Carlos Silva,
veterinário do zoo de Bararida (250 km ao sudoeste de Caracas), que também
registrou roubos de animais, disse à AFP que os zoológicos venezuelanos
atravessam uma "época negra", e que "o visto em Zulia só se pode
compreender em países com conflitos bélicos".
Por France Presse
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