© EFE O
candidato à presidência Gustavo Petro depois
de ser atacado em confronto entre
manifestantes.
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Na tarde da sexta-feira, Gustavo
Petro, candidato nas eleições presidenciais que se realizarão em maio na Colômbia, pretendia
realizar um ato de campanha em Cúcuta, cidade na fronteira com a Venezuela. O
homem que foi prefeito de Bogotá, representante da esquerda e líder em
intenções de voto nas pesquisas, teve de suspender sua agenda por causa do
confronto entre seus seguidores e detratores. A violência do enfrentamento
alcançou o carro do candidato presidencial: vários impactos de projéteis em uma
das janelas. O ataque está sob investigação para se determinar que tipo de
artefato atravessou o vidro de um automóvel blindado acompanhado de escolta
policial.
No mesmo dia, o
ex-presidente Álvaro Uribe, líder do Centro Democrático, partido
conservador, tentou participar de um comício em apoio ao seu candidato, Iván
Duque, em Popayán, na costa do Pacífico colombiano. Não conseguiu. Os
manifestantes contrários ao atual senador, que busca renovar seu mandato nas
eleições legislativas, foram dispersados com gases lacrimogêneos pela Polícia
com o apoio do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad)
Esses são os dois últimos atos
violentos que mancham a disputa eleitoral na Colômbia, marcada para duas datas:
as eleições para a Câmara e o Senado, em 11 de março, e as presidenciais de 27
de maio.
Na Colômbia está emergindo o
fantasma dos piores momentos históricos de um país em plena transição depois
da assinatura da paz com a agora extinta guerrilha das FARC, no final de
2016. Pela primeira vez em mais de meio século de guerra, a campanha não se
concentra unicamente na segurança. A miríade de candidatos debate há meses
sobre a saúde, a educação, o emprego, a corrupção, como a crise da Venezuela
afeta os colombianos e o que fazer com um acordo que pretende empreender, entre
outras questões, uma reforma histórica e estrutural do campo, onde vivem mais de
oito milhões de colombianos.
No hay disparos sobre el carro en el que voy. Organizaron un sabotaje
violento contra la manifestación con un centro de mando; la carcel y Ramiro
Suarez exalcalde a quien denuncié como asesino y parámilitar. El saboteo llegó
con gente en siete buses.
Todos esses temas vinham sendo
guardados nas prateleiras políticas. Durante décadas, os votos iam para o
candidato que fosse capaz de prometer aos cidadãos que iriam poder percorrer as
estradas com tranquilidade. E os orçamentos gerais engrossavam a pasta da
Defesa e um dos maiores e mais bem preparados exércitos do continente.
Além do mais, aqueles que se
atreviam a fazer campanha punham em risco a própria vida em períodos onde o
império da lei em muitas regiões da Colômbia era comandado pelo narcotráfico,
os grupos paramilitares e as guerrilhas. Nos anos 80 e 90, mais de 3.000
integrantes da União Patriótica, partido surgido das negociações com as FARC
com o presidente Belisario Betancourt, foram assassinados, provocando o que se
conhece como o genocídio da UP.
Nas eleições presidenciais de
1990, quatro candidatos foram assassinados: Jaime Pardo Leal, da União
Patriótica; seu sucessor do Partido Comunista Bernardo Jaramillo Ossa; Luis
Carlos Galán, do Partido Liberal; e Carlos Pizarro, antigo líder da guerrilha
M19, candidato pela Aliança Democrática M19.
"Reitero meu chamado a que as campanhas políticas se desenvolvam dentro do respeito pelas diferenças e sem agressões e, claro, sem violência”, disse o presidente Juan Manuel Santos depois dos incidentes da sexta-feira. “Rechaçamos e condenamos atos pelos quais se pretenda sabotar ou impedir que os candidatos possam apresentar suas campanhas, fazemos um chamado a todas as forças políticas para que condenem e rejeitem esse tipo de ato”, declarou Guillermo Rivera, ministro do Interior. O procurador-geral, Fernando Carrillo, se uniu à condenação no Twitter: “A violência não é o caminho para defender a democracia; é o voto informado e limpo. A violência como ferramenta de oposição é uma estratégia covarde”
"Reitero meu chamado a que as campanhas políticas se desenvolvam dentro do respeito pelas diferenças e sem agressões e, claro, sem violência”, disse o presidente Juan Manuel Santos depois dos incidentes da sexta-feira. “Rechaçamos e condenamos atos pelos quais se pretenda sabotar ou impedir que os candidatos possam apresentar suas campanhas, fazemos um chamado a todas as forças políticas para que condenem e rejeitem esse tipo de ato”, declarou Guillermo Rivera, ministro do Interior. O procurador-geral, Fernando Carrillo, se uniu à condenação no Twitter: “A violência não é o caminho para defender a democracia; é o voto informado e limpo. A violência como ferramenta de oposição é uma estratégia covarde”
Por ora, a violência levou à
suspensão temporariamente da campanha da Força Alternativa Revolucionária
do Comum, o partido político com o qual a ex-guerrilha das FARC se apresenta
pela primeira vez a eleições desde que entregou as armas em junho de 2017.
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