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Estadual Gabriel Odorico/Divulgação Em 2009, o Enem
foi reestruturado e passou a servir como porta
de entrada para
o ensino
superior.
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SÃO PAULO -
Apenas 53 candidatos que fizeram o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado obtiveram nota mil
na Redação. O número de participantes que conseguiram nota máxima no teste
escrito vem caindo ano a ano. Em relação a 2014, a queda é de quase 80%. Os
resultados individuais dos estudantes foram divulgados nesta quinta-feira, 19,
pelo Ministério da Educação (MEC).
A estudante
cearense Debora Valença, de 19 anos, foi uma entre os poucos candidatos que
comemoraram a nota máxima nesta quinta. “Fui olhar de manhã e quase não
acreditei. Foi muita felicidade”, conta a aluna, que pretende cursar Medicina
em uma universidade federal do Ceará.
2017: O Enem de
2017 trouxe como tema da redação os “desafios para a formação educacional de
surdos no Brasil”
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O Enem de 2017
trouxe como tema da redação os “desafios para a formação educacional de surdos
no Brasil”
Debora explica
que fazia, em média, duas redações por semana para treinar. Todos os textos
eram corrigidos por professores e, assim, ela conseguia identificar as falhas.
“A Redação faz muita diferença na nota”, diz ela, que estuda no Colégio Ari de
Sá, um dos mais bem posicionados do Brasil em relação à nota no Enem.
O tema do teste
no ano passado, que foi Desafios para a formação educacional de surdos no
Brasil, não significou um problema para Debora. “Já tinha ouvido falar e tinha
feito uma redação sobre educação inclusiva.” Mas, para o coordenador do Curso
Poliedro, Vinicius Haidar, o assunto pode ser uma hipótese para explicar a
queda no número de notas mil. “Não foi um tema comum, esperado e, para ter uma
nota máxima, é preciso bagagem cultural”, diz.
Em 2014, 250
candidatos conseguiram nota mil. Em 2015, foram 104, e em 2016, 77. Para Maria
Inês Fini, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep), não se pode comparar os dados. “As populações que fazem o exame são
totalmente diferentes.”
Apesar da queda
de notas máximas, a média dos participantes em Redação subiu em relação a 2016:
de 541,9 para 558,0 pontos. Mas o número de participantes que zeraram o texto
aumentou: foram 309 mil, ante 292 mil no ano passado. O principal motivo foi a
fuga ao tema.
Segundo o Maria
Inês, 205 candidatos desrespeitaram os direitos humanos na Redação. O Inep, no
entanto, foi proibido de zerar esses textos, como ocorria nas edições
anteriores do exame, após decisão judicial.
Outras áreas
Houve piora no
desempenho médio dos alunos em Linguagens e Códigos, que cobra questões de
interpretação de texto, e em Ciências Humanas, com testes de História,
Geografia, Filosofia e Sociologia. Por outro lado, as notas subiram em
Matemática e Ciências da Natureza, que envolve Biologia, Física e Química.
Para Marcelo
Dias, coordenador do Curso Etapa, é possível que a separação da prova em dois
dias tenha causado impacto nas notas. Pela primeira vez, o Enem foi aplicado em
dois domingos. No primeiro, alunos realizaram testes de Humanas mais a redação.
Ambos exigem alto grau de leitura, o que contribui, segundo Dias, para o
cansaço dos estudantes.
De acordo com
Haidar, uma das explicações possíveis para a melhora em Matemática é o fato de
a prova ter sido realizada no segundo domingo. “Deu tempo para uma revisão,
para dar uma descansada.”
Ensino superior
As notas no
Enem poderão ser utilizadas para a disputa de vagas em universidades públicas
pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As inscrições começam no dia 23.
“Cada universidade tem pesos diferentes para as áreas. É interessante que o
aluno entre no site das universidades, verifique o sistema de pontuação e a
maior chance de aprovação que tem”, explica Dias.
O MEC ainda
divulgou nesta quinta as datas do Enem deste ano. As provas serão aplicadas nos
dias 4 e 11 de novembro.
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