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© Foto:
Gabriela Biló/Estadão Ex-presidente Lula.
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O ex-ministro Antonio Palocci
(fazenda/Casa Civil - Governos Lula e Dilma) incriminou o ex-presidente Lula em
ação sobre propinas da Odebrecht. Palocci prestou depoimento nesta
quarta-feira, 6, perante o juiz federal Sérgio Moro, em Curtiba, base da
Operação Lava Jato.
Palocci confessou ter praticados
crimes na Petrobrás. Ouvido como réu em um processo criminal da Operação Lava
Jato, o petista citou R$ 300 milhões da Odebrecht para o esquema do
partido. Nesta ação, Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
sobre contratos entre a Odebrecht e a Petrobrás.
"No jantar ocorrido no
apartamento do presidente Lula, em que participaram todas essas pessoas, o
ex-ministro Palocci os convenceu e os dissuadiu no sentido de que essa operação
era escandalosa e que poderia expor demais essa situação. Ficou clara toda a
participação do ex-presidente Lula", afirmou o advogado Adriano Bretas,
que defende Palocci.
Durante duas horas, Palocci
afirmou que está negociando um acordo de delação premiada com a força-tarefa da
Lava Jato, mas que colaboraria com a Justiça de forma espontânea.
"No caso do Instituto, ficou
claro que o assunto foi deliberado por um conjunto de pessoas composto por
Paulo Okamotto, José Carlos Bumlai, Roberto Teixeira, o próprio Antonio
Palocci, que não nega sua me aculpa, que não se exime de sua responsabilidade,
mas também admite que integrava também esse colegiado o ex-presidente Lula, que
participava e acompanhou par e passo todo andamento dessa operação que culminou
pela compra desse imóvel", afirmou Bretas.
Palocci, que seria o responsável
pela conta do PT e de Lula com a Odebrecht, confessou o esquema e citou
reuniões com o ex-presidente.
Identificado como
"Italiano" na planilha do setor de propinas da Odebrecht, Palocci
confessou pela primeira vez seus crimes diante do juiz da Lava Jato. A conta do
PT teria alcançado R$ 300 milhões.
Lula, que era identificado como
"Amigo", teve a reserva de R$ 40 milhões.
Palocci narrou a Moro que houve um
acerto entre Odebrecht e o governo Lula, para prática de atos de ofício que
beneficiassem a empresa, em troca de propinas. O ex-minsitro narra dois
encontros que incriminam Lula. Um deles com o empresário Emílio Odebrecht, em
que foi acertado um "pacote de vantagens indevidas", tanto de
negócios para empresa como valores para o partido, segundo relatou outro
advogado do ex-ministro Tracy Reinaldet.
Um encontro foi durante a troca de
governo, com a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, havia
preocupação da Odebrecht de que a nova presidente não trata-se o grupo com os
mesmos privilégios.
"Para comprar a boa vontade
do novo governo, sobretudo a partir da influência do ex-presidente Lula na
presidente Dilma, a empresa Odebrecht por intermédio de Emílio Odebrecht,
propõe ao presidente Lula um pacote de vantagens indevidas: composto pela
compra do terreno do Instituto Lula, pela compra do sítio em Atibaia e pela
disponibilização de R$ 300 milhões de vantagens indevidas para utilização em
campanhas ou para fins partidários ou pessoais. Para manter essa relação fluida
entre a empresa Odebrecht e o governo do PT."
O Ministério Público Federal
aponta que propinas pagas pela empreiteira chegaram a R$ 75
milhões em oito contratos com a estatal. Este montante, segundo a
força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para
Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo
de R$ 504 mil.
Além do ex-presidente, também
respondem ao processo o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa
Civil/Governos Lula e Dilma), seu ex-assessor Branislav Kontic, o advogado
Roberto Teixeira, compadre de Lula, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros
três investigados.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO DE
LULA
O advogado Cristiano Zanin
Martins, defensor do ex-presidente Lula, declarou em nota.
"Palocci muda depoimento em busca de delação. O depoimento de Palocci é
contraditório com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da
Odebrecht e com as provas apresentadas.
Preso e sob pressão, Palocci
negocia com o MP acordo de delação que exige que se justifiquem acusações
falsas e sem provas contra Lula.
Como Léo Pinheiro e Delcídio,
Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para obter
redução de pena.
Palocci compareceu ato pronto para
emitir frases e expressões de efeito, como "pacto de sangue", esta
última anotada em papéis por ele usados na audiência.
Após cumprirem este papel,
delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas, inclusive
pelo MP."
Cristiano Zanin Martins
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