![]() |
© Agência
Brasil Joesley Batista presta depoimento
na Polícia Federal em SP
|
São Paulo – Em nota enviada à
imprensa nesta terça-feira, o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, ambos ligados ao
grupo J&F, negaram a
veracidade dos relatos feitos por eles em áudio entregue à
Procuradoria-Geral da República.
Na conversa, gravada por engano no
último dia 17 de março, os executivos citam três ministros do Supremo Tribunal
Federal e o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Esclarecemos que as referências feitas por
nós ao Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República e aos
Excelentíssimos Senhores e Senhoras Ministros do Supremo Tribunal Federal não
guardam nenhuma conexão com a verdade. Não temos conhecimento de nenhum ato
ilícito cometido por nenhuma dessas autoridades”, diz a nota.
Ao menos três ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) foram citados na conversa: Ricardo Lewandowski, Gilmar
Mendes e a presidente da Corte, Carmén Lúcia. Sobre nenhum deles, no entanto,
há menção ou atribuição a algum tipo de crime.
Um dos pontos mais sensíveis da
gravação é quando Joesley e Saud citam Fernanda (provavelmente a advogada
Fernanda Tórtima, que fez a defesa de Eduardo Cunha), afirmando que ela
“surtou” porque, a depender das autoridades citadas no depoimento, eles
poderiam “entregar” o Supremo.
“Surtou por causa do Zé, porque
sabe que, se nós entregar o Zé, nós entrega o Supremo”, diz Joesley no áudio,
se referindo a Fernanda e a José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça.
“Eu falei pro Marcelo: ô Marcelo,
cê quer pegar o Supremo? Quero. Pega o Zé. Guarda o Zé, o Zé entrega o
Supremo”, continua, provavelmente se referindo a Marcelo Miller.
Aparentemente bêbados, os dois
também fizeram piada com a proximidade entre Cardozo, a ex-presidente Dilma
Rousseff e a presidente do STF, Carmen Lúcia, além de se referirem de forma
chula a várias mulheres. “Pedimos as mais sinceras desculpas por este ato
desrespeitoso”, diz a dupla na nota enviada à imprensa.
Ontem, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, abriu
uma investigação contra três delatores da empresa — além de Joesley e
Saud, Francisco de Assis, advogado do grupo J&F, também será
investigado.
A suspeita é que os executivos da
holding que controla a JBS omitiram informações “gravíssimas” em seu acordo de
delação premiada.
De acordo com Janot, as gravações
apresentadas pelos delatores na semana passada revelam um diálogo entre Joesley
e Ricardo Saud, então diretor institucional da J&F, com “referências
indevidas à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal”.
Veja a nota:
“A todos que tomaram conhecimento
da nossa conversa, por meio de áudio por nós entregue à PGR, em cumprimento ao
nosso acordo de colaboração, esclarecemos que as referências feitas por nós ao
Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República e aos Excelentíssimos
Senhores e Senhoras Ministros do Supremo Tribunal Federal não guardam nenhuma
conexão com a verdade. Não temos conhecimento de nenhum ato ilícito cometido
por nenhuma dessas autoridades. O que nós falamos não é verdade, pedimos as
mais sinceras desculpas por este ato desrespeitoso e vergonhoso e reiteramos o
nosso mais profundo respeito aos Ministros e Ministras do Supremo Tribunal
Federal, ao Procurador-Geral da República e a todos os membros do Ministério
Público.”
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!