© Daniel Teixeira/Estadão Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao lado do prefeito de São Paulo, João Doria, em evento em São Paulo |
O ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso sugeriu na noite desta quinta-feira, 10, que há uma "operação
abafa" em curso para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O
tucano participou de um debate com o cineasta Arnaldo Jabor e o jornalista
Carlos Sardenberg sobre o Brasil pós-eleição de 2018 e política em geral,
promovido pelo escritório de arquitetura Athie Wohnrath, no restaurante Fasano.
Questionado por Sadenberg se
acreditava em uma suposta "operação abafa para barrar a Lava Jato", o
ex-presidente respondeu com outra pergunta: "Você tem dúvida?".
Embora não tenha se alongado no tema, afirmou que a suposta operação abafa não
terá sucesso.
Fernando Henrique também voltou a
defender a antecipação das eleições, mas ponderou que só o presidente poderia
fazer esse movimento de antecipar eleições - e que não foi feito porque Temer
considerou existirem condições para a governabilidade. "Se eu estivesse no
lugar de Michel Temer, eu anteciparia as eleições", disse.
"Estamos vivendo a crise nas
formas representativas de democracia", afirmou o tucano. Para
exemplificar, citou as eleições de Donald Trump (EUA), Macron (França ) e o
referendo relativo ao Brexit (Inglaterra). O ex-presidente disse que o próximo
presidente do Brasil será "aquele que trouxer um discurso que dê coesão a
uma sociedade fragmentada, alguém que simbolize uma mensagem que dê coesão ao
Brasil, alguém que tenha um discurso que encarne uma ideia de Brasil".
Sobre as eleições de 2018, FHC
resumiu o ideal de candidato como alguém que "entenda o mundo, conheça o
Congresso e os órgãos do Estado e tenha capacidade de falar com a
sociedade". Ele completou dizendo que "a população vai votar por
gente e não por ideias, por alguém que personifique esse discurso de
coesão".
Jabor disse no meio do debate que
tem receio da "desgraçada possibilidade de Lula voltar". O público do
Fasano aplaudiu e FHC completou: "Se depender desse público aqui ele não
volta".
O ex-presidente ainda se disse
otimista e falou que acredita em mudanças porque "só se muda na tragédia,
só se muda na crise" e que "é só preciso encontrar alguém com tutano
para essas mudanças".
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