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/ Facebook Promotoria pedirá
internação
de jovem que agrediu professora
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O Ministério Público pedirá à
Justiça a internação do aluno de 15 anos que agrediu a professora Marcia Friggi num colégio
municipal de Indaial (SC), a 170 quilômetros de Florianópolis. A
promotora da Infância e da Juventude Patrícia Dagostin Tramontin declarou que a
medida mais rigorosa é uma resposta à reincidência do adolescente.
O jovem já foi condenado à prestação
de um mês de serviços comunitários por ter agredido um colega de sala. Houve
também um caso em que o adolescente agrediu a própria mãe.
Tramontin disse que o aluno será
processado por lesão corporal. Caso a Justiça acolha o pedido da Promotoria, o
adolescente terá de cumprir a pena em um Centro de Atendimento Socioeducativo
Provisório (Casep), órgão destinado ao cumprimento de medidas socioeducativas
por adolescentes infratores. A previsão é que, se condenado, ele fique até seis
meses na instituição.
A promotora reclamou da lentidão
para o processo chegar ao fórum. Como o adolescente não foi apreendido em
flagrante, o delegado encarregado do caso marcou audiências para ouvir os
envolvidos, incluindo outros alunos e funcionários da escola que possam servir
de testemunhas. Tramontin disse que a delegacia da Polícia Civil prometeu
notificá-la até esta sexta-feira.
Segundo a prefeitura, o aluno
poderá frequentar as aulas no colégio até que se estabeleça em audiência com a
Promotoria da Infância e da Juventude e a Secretaria Municipal de Educação
se haverá expulsão do adolescente ou seu remanejamento para outra instituição.
A escola que ele frequentava era voltada para adolescentes e adultos que estão
atrasados com a grade curricular.
Tramontin disse ter sido
surpreendida com a decisão da prefeitura. “Não estou sabendo de nada disso. Vou
atendê-los amanhã. Não me parece que essa seja uma decisão sustentável diante
da situação”. Segundo a prefeitura, o adolescente não compareceu à escola
nesta terça-feira.
Como o caso é de competência
municipal, a Secretaria de Educação de Santa Catarina informou que
acompanha o desenrolar da situação. A reportagem não conseguiu contactar a
direção da escola em que ocorreu a agressão nem a professora Marcia Friggi.
Ataques na internet
A professora, que ensina língua
portuguesa e literatura, está afastada de suas funções por causa da agressão.
Ela terá de passar por uma perícia para ser avaliada física e psicologicamente
antes de voltar para a sala de aula.
Em sua página no Facebook, a
professora compartilhou mensagens de solidariedade e disse que não ficará em
silêncio diante de ataques que recebeu após a repercussão do episódio.
Internautas enviaram xingamentos a Friggi por alegarem que ela fez uma postagem
comemorando a ovada que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) levou em Ribeirão Preto.
“O ódio não irá me calar, só
fortalece a certeza de que sempre estive do lado certo. Estou cada vez mais
convicta de que sempre lutei e continuarei lutando por um mundo melhor, livre
do ódio, do racismo, do preconceito, do machismo, da misoginia, da homofobia,
do fascismo. Dilacerada ainda, mas em paz”, escreveu a professora.
Friggi também publicou uma foto
dos ferimentos que as agressões provocaram em seu rosto. Ela está com um olho
roxo e um corte acima do supercílio. Na legenda, ela cobrou respeito aos
professores. “Brasil, volte a olhar por nós, professores, não só hoje, mas sempre.”
A agressão
Segundo Friggi, o agressor estava
com o livro sobre as pernas durante a aula e, depois de um pedido para que o
colocasse sobre a carteira, ele respondeu: “Eu coloco o livro onde eu bem
quiser”. Ao ouvir da professora que “as coisas não são assim”, o jovem teria
dito “vai se f…” e, então, sido expulso da sala de aula. “Ele levantou para
sair, mas no caminho jogou o livro na minha cabeça. Não me feriu, mas poderia”,
contou a professora.
Já na direção do colégio, segundo
o relato de Friggi, ela informou o acontecido e foi acusada pelo jovem de
mentir. A professora afirma que as agressões começaram quando ela tentou
argumentar, dizendo que “a sala toda viu”. “Não deu tempo para mais nada. Ele,
um menino forte de 15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive
tempo ou possibilidade de defesa. O último soco me jogou na parede”, disse.
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