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Segundo depoimento de delação feito por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a Petrobras. |
Operação foi batizada de Cobra
e cumpre três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão.
O ex-presidente do Banco do Brasil
e da Petrobras Aldemir Bendine foi preso na 42ª fase da Operação Lava Jato
deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (27) no
Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Bendine foi preso em
Sorocaba.
A atual fase foi batizada de Cobra
e cumpre três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão. A prisão
temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo ou
convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para
deixar a prisão.
Segundo depoimento de delação
feito por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3
milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a Petrobras. Conforme os
delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário.
Aparentemente, de acordo com a PF,
estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht.
Os presos serão levados para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Investigações
Em 2015, Bendine era braço direito
da então presidente Dilma Rousseff. E deixou o banco com a missão de acabar com
a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo os delatores, ele já
cobrava propina no Banco do Brasil, e continuou cobrando na Petrobras.
O pedido de propina, segundo os
delatores, foi feito em 2014, quando Aldemir Bendine era presidente do Banco do
Brasil. Na delação de Fernando Reis, o ex-executivo da Odebrecht conta que foi
procurado por um representante de Bendine, o publicitário André Gustavo Vieira
da Silva, com uma queixa sobre o ministro da Fazenda Guido Mantega.
Em junho deste ano, o juiz Sérgio
Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato, autorizou abertura de
inquérito para investigar Bendine.
O nome da operação
O nome da operação é uma
referência ao codinome dado ao principal investigado nas tabelas de pagamentos
de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas da
Odrebrecht durante a 23ª fase da operação.
Penúltima fase
A 41ª fase da operação foi
batizada de "Poço Seco", em maio deste ano. De acordo com o
Ministério Público Federal (MPF), o ex-gerente da Petrobras Pedro Augusto
Cortes Xavier Bastos e o ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, além de
outras cinco pessoas são suspeitos de terem recebido pagamentos ilícitos, entre
2011 e 2014, que totalizaram mais de US$ 7 milhões.
Em junho, o juiz Sérgio Moro
aceitou a denúncia do MPF contra Pedro Xavier. Ele é réu no processo e responde
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Por Adriana Justi e Fernando Castro, G1 PR e RPC, Curitiba
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