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publicitário André Gustavo Vieira da Silva
teria repassado 7 milhões de reais só a
senadores do PMDB
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Reprodução O publicitário
André Gustavo Vieira da Silva teria repassado 7 milhões de reais só a senadores
do PMDB
O publicitário André Gustavo Vieira da Silva, preso
nesta quinta-feira na Operação
Cobra, 42ª fase da Lava Jato, é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como
um dos intermediários da suposta propina de 3 milhões de reais da Odebrecht ao
ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine. As relações do empresário com o poder, contudo,
são mais amplas. As investigações do MPF sobre Vieira da Silva e as delações
premiadas de executivos do Grupo J&F indicam que, além de “operador”
de Bendine, o empresário distribuía dinheiro das empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista a políticos.
Segundo o diretor de relações
institucionais da JBS, Ricardo
Saud, Vieira da Silva entregou cerca de 7 milhões de reais a senadores
do PMDB. O presidente do Senado, Eunício
Oliveira(PMDB-CE), teria recebido 318.000 reais em dinheiro vivo pelas
mãos do publicitário, enquanto seu antecessor na chefia da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria
sido o destinatário de 3,8 milhões de reais em espécie, repassados por André
Vieira da Silva a Durval Rodrigues, suposto emissário de Renan.
O publicitário também teria entregue
980.602 reais a Jader Barbalho (PMDB-PA),
1 milhão de reais a Eduardo Braga (PMDB-AM)
e 1 milhão de reais ao ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da
União (TCU) Vital do Rêgo,
sempre em dinheiro vivo.
Ao avançar sobre duas das empresas
de André Gustavo Vieira da Silva, a MP Marketing, Planejamento Institucional e
Sistema de Informação Ltda e a Arcos Propaganda Ltda., a Lava Jato também
encontrou dois contratos milionários com empresas do Grupo J&F.
A MP Marketing foi contratada por
2,17 milhões de reais pela J&F Investimentos S.A em novembro de 2015 para
elaborar um “diagnóstico sócio-econômico e político na Venezuela”. Os
investigadores apontam “fortes evidências” de que a empresa seja de fachada.
Uma delas se deve ao fato de que, apesar do faturamento milionário e das
atividades que alega exercer, a firma não tinha, entre 2006 e 2016, nenhum
funcionário registrado na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do
Ministério do Trabalho.
“A empresa MP Marketing de André
Gustavo claramente não tem atividade e foi criada apenas para emissão de notas
relacionadas a contratos fictícios de recursos de origem criminosa”, afirmam os
procuradores sobre a firma, usada por André Gustavo para justificar os 3
milhões de reais supostamente pagos pela empreiteira a Bendine. O
publicitário declarou à Receita Federal que recebeu o dinheiro a
partir de uma consultoria prestada pela MP Marketing à Odebrecht Ambiental.
Já a Arcos Propaganda recebeu 1
milhão de reais da JBS em um contrato firmado em novembro de 2014. Segundo
Ricardo Saud, a nota emitida pela Arcos era fria, ou seja, não houve prestação
de serviço, e o dinheiro foi destinado ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), que “apresentou” a firma a
Saud. Bezerra Coelho também teria recebido, de acordo com o executivo da JBS,
outros 2 milhões de reais em dinheiro vivo das mãos de André Gustavo Vieira da
Silva.
Além do senador, outro pessebista
pernambucano citado na delação de Ricardo Saud como destinatário de propina
repassada pelo publicitário é o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PMDB). De acordo
com o delator, Câmara recebeu 1 milhão de reais em espécie, abatidos de um
saldo de 15 milhões de reais em propina devida ao ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em um
acidente aéreo durante a campanha presidencial de 2014.
O atual ministro das
Cidades, Bruno Araújo (PSDB),
também teria sido beneficiado com valores entregues por Vieira da
Silva. Conforme a delação de Saud, o tucano recebeu 200.000 reais em
dinheiro das mãos do empresário em 2014, quando foi eleito deputado federal.
VEJA.com
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