© Reuters/Reprodução Anexos
são detalhamentos das
histórias de corrupção contadas pelos
executivos da empresa,
que foram
divididas em 14 temas
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A defesa dos delatores da JBS vai
entregar, em setembro, à Procuradoria-Geral da República cerca de 20 novos
anexos que complementarão o acordo de colaboração premiada assinado pelos
irmãos Joesley e Wesley Batista e diretores do grupo.
Os anexos são detalhamentos das
histórias de corrupção contadas pelos executivos da empresa, que foram
divididas em 14 temas.
Em cada tema há vários
investigados. Os cerca de 20 novos anexos serão juntados a outros 44 que foram
entregues aos procuradores no início do acordo de delação.
Joesley Batista ficará responsável
pela metade das cerca de duas dezenas de novos anexos. Ele promete relatar,
entre outras coisas, o caminho da propina que diz ter pago a cada um dos 1.829
políticos de 28 partidos cujos nomes aparecem na lista da JBS recebendo mais de
R$ 600 milhões de forma ilícita.
O empresário vai relatar o motivo
das doações ilegais, como elas teriam sido pagas e as contrapartidas em relação
a esses pagamentos.
Nos últimos dias, segundo fontes
ouvidas pela reportagem, o empresário diz que se lembrou de pelo menos um
prefeito que recebeu dinheiro ilegal e que não estava no rol de delatados.
O irmão mais velho de Joesley,
Wesley Batista, pretende fazer um relato sobre o suposto suborno de pelo menos
200 funcionários do Ministério da Agricultura que fiscalizavam as empresas do
grupo.
A JBS está fazendo um pente-fino
em seus departamentos para colher histórias e provas de pagamentos ilegais a
funcionários.
Segundo a reportagem apurou,
Wesley vai falar que essa não era uma prática exclusiva da JBS, mas sim um caso
de corrupção sistêmica.
Segundo ele, todas as empresas do
setor tinham que pagar os fiscais. O presidente da holding J&F, que
controla a JBS e outras empresas do grupo, disse que a cúpula do Ministério da
Agricultura era alertada sobre os esquemas de corrupção na pasta, mas o
problema nunca foi resolvido.
A primeira leva de 44 anexos foi
produzida pelos dois donos da JBS e cinco executivos da companhia.
Já os 20 novos termos da delação
estão sendo preparados por quatro delatores. Além dos irmãos Batista,
participam da elaboração o diretor de relações institucionais da J&F,
Ricardo Saud, e o diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis. Cada um deles
prepara quatro anexos.
Francisco de Assis vai relatar
casos envolvendo o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Lúcio
Bolonha Funaro, o empresário Victor Sandri, que fazia a intermediação da
empresa com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, e sobre a empresa offshore
Blessed, que fica na Suíça.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem,
Assis vai fazer novos anexos sobre Cunha e Funaro para se adiantar a uma
possível delações dos dois.
O acordo de delação premiada dos
executivos da JBS foi formalizado no dia 3 de maio e prevê que novos anexos
sejam entregues num prazo de 120 dias a partir da assinatura. A colaboração foi
homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 11
de maio.
A ideia de Joesley era se
antecipar ao prazo final e entregar os cerca de 20 novos anexos ainda no mês de
agosto, mas, diante do volume de informações coletadas pelos colaboradores, a
data foi prorrogada para setembro.
OUTRO LADO
A J&F disse, em nota, que os
colaboradores apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da
República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça.
"Vale destacar que os
colaboradores ainda podem apresentar documentos e explicar fatos no prazo de
120 dias previsto no acordo."
O advogado de Guido Mantega, Fábio
Tofic Simantob, diz que as menções a seu cliente na delação da JBS são
mentirosas. Com informações da Folhapress.
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