Sindicato diz que emissoras de
rádio e TV foram ameaçadas de sanções caso divulguem votação simbólica de
domingo. Oposição quer demonstrar rejeição à Assembleia Constituinte e
consultar população sobre mudança de governo.
As autoridades venezuelanas
proibiram que emissoras de rádio e televisão divulguem o plebiscito simbólico
que a oposição vai realizar neste domingo, sob pena de sanções, denunciou o
sindicato da imprensa, que considerou a medida um ato de "censura".
O Sindicato Nacional de
Trabalhadores da Imprensa (SNTP) rechaçou a "arbitrária e inconstitucional
decisão (...) de proibir os meios de comunicação de publicar informações que
façam referência à 'consulta popular'", destacou o órgão em comunicado.
A Comissão Nacional de
Telecomunicações (Conatel) citou na quarta-feira os representantes de emissoras
de rádio e televisão para aconselhá-los a ter "cuidado com o tratamento
desta cobertura", disse à AFP Mayela León, diretora do canal Globovisión.
A Conatel considera que o plebiscito
contra o presidente Nicolás Maduro é uma "atividade à margem da
Constituição, pela qual o veículo poderia ser sancionado se promover alguma
atividade fora deste marco", destacou León nesta quinta (13).
A medida proíbe a divulgação de
publicidade sobre a consulta. "Vamos poder cobrir o evento, o que não
podemos é fazer convocações", completou a diretiva.
Contudo, admitiu que será
"muito complicado, pois cabe ao órgão regulador determinar se os meios
cumpriram. Vamos ser criativos", garantiu.
O SNTP afirmou que se trata de um
ato de "censura prévia" para favorecer o oficialismo.
Com o plebiscito simbólico, a
oposição pretende expressar um maciço rechaço à Assembleia Constituinte
convocada por Maduro. Ele também questiona se os venezuelanos estão de acordo
com uma mudança de governo e a exigência de que as Forças Armadas - aliadas de
Maduro - respeitem a Constituição.
A Conatel pediu aos meios para
"colaborar com a divulgação da Constituinte", cujos integrantes serão
eleitos em 30 de julho, comentou León.
Diante da medida do órgão
regulador, o SNTP demandou aos veículos "compromisso máximo" com seu
trabalho.
Por France Presse
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