© Dida
Sampaio|Estadão Aécio Neves
(PSDB-MG),
senador afastado
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A decisão da Primeira Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF) de adiar o julgamento do novo pedido de prisão
do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) não aliviou a pressão do partido para
que ele renuncie em caráter definitivo da presidência da sigla.
Integrantes da cúpula tucana e até
aliados próximos ao senador avaliam que a sua permanência como presidente
afastado é um fator de constrangimento e dizem esperar de Aécio um “gesto de
grandeza”, que seria a renúncia. “Para o partido é uma posição incômoda e
desagradável ele estar apenas afastado. Mas essa é uma decisão pessoal do Aécio
e precisamos respeitar esse fato”, disse o ex-governador de São Paulo Alberto
Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.
A situação do senador mineiro
seria o tema de uma reunião da Executiva do PSDB que estava marcada para a
manhã desta quarta-feira, 21. O encontro deveria sacramentar a antecipação da
convenção do partido para o segundo semestre, mas foi cancelado.
O motivo oficial do adiamento foi
a falta de quórum por causa dos festejos juninos. Como antecipou o Estado/Broadcast,
a renovação da cúpula tucana, que seria em maio de 2018, será em agosto ou
setembro.
Os caciques do partido gostariam,
porém, que Aécio não esperasse essa data. O senador está afastado do Congresso
desde 19 de maio em razão da delação de executivos da JBS.
O senador Tasso Jeiressati (CE)
ocupa seu lugar de forma interina, mas já há um consenso interno para que ele
seja eleito o novo presidente da sigla.
Bancada. Enquanto os
tucanos do alto escalão são contidos ao falar sobre a situação de Aécio, os
parlamentares do baixo clero e a base do partido estão em “campanha” aberta por
sua renúncia do comando da sigla. “Eu defendia que ele renunciasse desde o
primeiro momento. O PSDB e o Aécio Neves têm de mostrar que são diferentes do
PT. Seria um gesto de grandeza”, disse o deputado João Gualberto (PSDB-BA), um
dos integrantes do grupo conhecido como “cabeças pretas”.
A comparação com o PT se deve à
eleição da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) como presidente do partido. Gleisi
é ré no STF desde o ano passado, quando a Corte aceitou denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ela e o marido, o ex-ministro do
Planejamento Paulo Bernardo.
“Enquanto o PT elege uma
presidente ré, ele renuncia. Isso seria bom para o PSDB e bom para a política”,
disse Gualberto. “Só o fato de ele ter sido denunciado é muito ruim para o
partido. Querendo ou não, ele foi nosso último candidato a presidente. Eu
espero que ele consiga fazer a defesa dele, que ele tenha todos os arcabouços
para se defender. Mas isso machucou o partido, e o partido precisa rever sua
postura por causa disso”, afirmou o deputado Fábio Sousa (PSDB-GO).
A pressão vem do Senado. “Acho que
nós precisamos evoluir para efetivarmos a presidência do senador Tasso
Jereissati”, disse senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). No Twitter, a hashtag
#AécioNaCadeia esteve boa parte desta terça-feira, 20, no topo dos assuntos
mais comentados na web. / COLABORARAM JULIA LINDNER e ELISA CLAVERY
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