O referendo consultivo terminou
com cerca de 97% dos votos favoráveis ao projeto de mudança de status político,
oposição boicotou o pleito.
Com cerca de 97% dos votos
favoráveis, segundo resultados quase definitivos, Puerto Rico escolheu se
tornar o 51º estado dos EUA. O referendo consultivo realizado neste domingo
(11), no entanto, foi largamente boicotado pela oposição e registrou uma baixa participação:
apenas 22,7% dos 2,2 milhões de cidadãos com direito de voto foram às urnas.
Esses resultados eram previsíveis,
considerado o boicote dos partidos Independentista Porto-riquenho (PIP) e
Popular Democrático (PPD), que consideraram a consulta "uma farsa",
pois o referendo não é vinculante para os EUA.
Entretanto, Ricardo Rousselló Nevares,
o governador da antiga colônia espanhola que se tornou território
norte-americano no final do século XIX, já prometeu defender em Washington e
nos fóruns internacionais a vontade dos eleitores.
"Recorreremos aos fóruns
internacionais para defender a importância de que Porto Rico seja o primeiro
estado hispânico dos Estados Unidos", disse o político, acompanhado de sua
esposa Beatriz Areizaga García no município de Guaynabo, a oeste de San Juan.
Porto Rico é uma ilha do Caribe
que os Estados Unidos tomaram da Espanha em 1898. Em 1952, Washington lhe
conferiu o status de "Estado livre associado", o que dá alguns
direitos para seus habitantes, como a cidadania americana e a liberdade de
movimento no território norte-americano, além de alguma autonomia, mas não
podem votar em eleições presidenciais, a menos que residam no continente.
O governador
de Puerto Rico, Ricardo Antonio Rosselló Nevares,
de branco,
cumprimenta eleitores em Guaynabo (Foto: Reuters)
|
No último referendo em 2012, a
maioria dos eleitores disse estar descontente com o status atual. Mas desde
então nada mudou e Rosselló quer tentar novamente uma mudança.
Entre as razões que levaram a esse
voto, está a grave crise econômica que Porto Rico atravessa há mais de uma
década. A ilha vivia das grandes empresas atraídas por isenções fiscais, mas
esses benefícios foram abolidos em 2006, dando início à queda livre da economia
da ilha.
Hoje, 46% dos seus 3,5 milhões de
habitantes vivem na pobreza. A ilha enfrenta uma dívida de mais de 70 bilhões
de dólares que não pode honrar, o que resultou em maio na maior quebra
economica de uma entidade pública americana.
Washington passou a supervisionar
suas finanças, mas não mostra vontade de resgatar Porto Rico, entre outras
coisas, porque não é propriamente um estado da União.
Por France Presse
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