Fuzis
apreendidos pela Polícia do Rio são apresentados
(Foto:
Alessandro Ferreira/G1)
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A polícia tem informações sobre
a participação no esquema de um despachante aduaneiro que ajudava a liberar a
mercadoria. Policiais não acreditavam que via aérea era usada para trazer
fuzis.
A polícia dos Estados Unidos
realiza diligências em busca do responsável por enviar
60 fuzis para o Rio de Janeiro, por via aérea, chegando pelo
Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, contou o
delegado Maurício Mendonça, da Polícia Civil, que participou das investigações.
A Polícia Civil pediu que o armamento seja usado pela
própria corporação.
“As informações foram repassadas à
polícia americana, que está realizando diligências para capturar os marginais
que estão nos Estados Unidos”, explicou o delegado.
Até o momento, a polícia tem
informações sobre a participação no esquema de um despachante aduaneiro que
ajudava a liberar a mercadoria.
Dando detalhes sobre a
investigação, o delegado contou que os policiais não acreditavam que a rota
aérea estaria sendo usada para trazer fuzis para o Rio.
“A informação demorou a chegar
para nós, levamos um ano e meio nessa investigação. Inicialmente achamos que
ele vinha de maneira terrestre. Bem próximo do fim descobrimos que o armamento
estava vendo pelo Aeroporto Internacional”, destacou um dos responsáveis pela
investigação.
O delegado da Polícia Civil
acredita que a descoberta da rota possa alterar a rotina nos aeroportos.
“Agora que está comprovado que vem
dessa forma, imagino que deva haver uma mudança na rotina. E tudo isso ontem
foi comunicado à Polícia Federal e à Receita Federal que contribuíram para que
esta apreensão acontecesse. Eu acredito que, a partir de agora, essa
fiscalização seja maior”, explicou Maurício Mendonça.
Uma reunião pode alterar a forma
como é monitorada as cargas que chegam ao Brasil. Atualmente, o que vale é o
sistema por amostragem, que pode ser alterado por um sistema mais rígido.
“Tudo começou porque um dos fuzis
apreendidos é o AR-10, que é um fuzil americano, que vem dos Estados Unidos.
Percebemos que este fuzil estava sendo empregado de maneira firme, tanto no
tráfico de drogas quanto no roubo de cargas. Percebemos que o Rio de Janeiro
poderia estar sendo inundado com este tipo de armamento”, explicou o policial.
Entenda o caso
Policiais da Delegacia
Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e da Delegacia de
Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), apreenderam, nesta quinta-feira (1), 60 fuzis
de guerra, no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
A informação é da Polícia Civil do Rio.
A operação terminou ainda com
quatro presos - 2 moradores de Niterói, um da Baixada e um de Jacarepaguá.
Segundo a corporação, são fuzis AK 47 (45 unidades), G3 (1 unidade) e AR 15 (14
unidades), vindos de Miami (EUA) dentro de containers junto com uma carga de
aquecedores para piscinas. A investigação sobre as armas levou um ano e
envolveu interceptações telefônicas.
O chefe de Polícia, Carlos Leba e
o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, deram entrevista coletiva no fim
da tarde desta quinta sobre a apreensão.
"Estou tomado pela emoção e
pela indignação. Mas tenho que agradecer o trabalho da Polícia Civil. Preciso
dizer que estamos em estado de calamidade pública, oficialmente, com uma série
de serviços suspensos e falta de RAS, o que não impediu que nossos policiais
deem resposta à criminalidade. Eles demonstram amor à profissão e
compromisso", disse Sá, lembrando de pendências nos pagamentos de agentes.
O secretário ainda destacou a criação
da Desarme e o trabalho na apreensão de fuzis. "O motivo da emoção é esse,
a tentativa de construção de um Rio de Janeiro menos violento. No Rio de
Janeiro, traficante so tira onda de macho por conta disso, de ter o fuzil. A
hora que tiver com pistola, ele vai dar meia volta".
Segundo Sá, a investigação começou
na Delegacia de Roubos e Furtos de cargas com a morte de um policial.
"Quantas mortes não estamos evitando com essa apreensão?",
questionou. Posteriormente, Marcelo Martins, diretor de delegacias
especializadas, explicou que a arma usada no assassinato do policial em São
Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, também foi usada num roubo de cargas.
A partir do levantamento da origem da arma, começou a investigação que culminou
na apreensão desta quinta.
Ainda de acordo com Sá, nos
últimos 150 dias, 250 fuzis apreendidos no Rio de Janeiro. "Os últimos 90
(60 desta quinta mais 32 da Cidade Alta em maio) sem disparar um tiro",
observou.
"Hoje temos 60 fuzis, mas não
temos certeza se não vão se tornar mais. Agradeço aos policiais, vocês são o
orgulho dessa instituição, apesar dessa grave crise", afirmou o chefe da
Polícia Civil, Carlos Leba.
Roberto Sá afirmou que uma
informação preliminar do Instituto de Segurança Pública (ISP) indica que a
apreensão desta quinta é a maior em 10 anos.
Por Bom Dia Rio
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