ONG Rio de
Paz lembra memória de Tim Lopes em evento
na Praia de Copacabana (Foto: Reprodução/ TV
Globo)
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Sete criminosos foram presos e
condenados a até 28 anos de cadeia. Eventos lembrarão a memória do jornalista e
a importância da liberdade de imprensa.
Nesta sexta-feira (2), a morte do
repórter Tim Lopes completa 15 anos. Ele foi assassinado quando fazia uma
reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na
Zona Norte. Tim foi capturado, torturado e executado por traficantes. A
confirmação veio após uma semana do desaparecimento.
Sete criminosos foram presos e
condenados a até 28 anos de cadeia. Atualmente, quatro deles cumprem pena. Um
deles morreu e outros dois conseguiram ser soltos por decisão da justiça.
Quando foi brutalmente
assassinado, Tim Lopes já tinha mais de 30 anos de carreira, em uma trajetória
sempre marcada por uma obsessão: combater a violência, as injustiças e as
desigualdades sociais por meio do jornalismo.
Muitas vezes, assumiu disfarces
para denunciar o que estava errado. Ele foi pedreiro para mostrar a dura vida
dos canteiros de obras. Fingiu ser dependente químico para revelar
irregularidades em clínicas de tratamento. Chegou até a se vestir de Papai Noel
para falar do Natal de crianças que não tinham a esperança de receber a visita
do Bom Velhinho.
“O Tim se colocava no lugar do
personagem. No carnaval, por exemplo, ele fez uma fantasia, aquela câmera de
papelão, colocou uma câmera de verade dentro e saiu com aquela câmera que as
pessoas achavam que era de mentira para as pessoas falarem qualquer coisa”,
destacou Marceu Vieira, amigo de Tim Lopes.
Legado
Para a irmã do jornalismo, a
capacidade de Tim Lopes ultrapassava as fronteiras profissionais.
“Muito afetivo, muito carinhoso,
muito atencioso com a famíla, muito preocupado com os irmãos”, explicou Tânia
Lopes, irmã do jornalista.
Para todos, a melhore receita para
que ele nunca seja esquecido é honrá-lo no dia a dia.
“Uma grande homenagem que se
poderia fazer ao Tim Lopes é fazer sempre o melhor jornalismo que a gente
puder. Do futebol à cobertura de um morro conflagrado, da política pegando
fogo, uma cobertura de carnaval. fazer sempre o melhor. Eu acho que é a melhor
homenagem que se pode fazer a ele”, destacou Marceu.
A irmã do jornalista acredita que
é no âmbito social que está o legado de Tim Lopes.
“A maior homenagem para o Tim é
dar dignidade para a pessoa humilde, para a pessoa pobre, porque era por eles
que Tim vivia”, destacou Tânia Lopes.
Vários eventos lembrarão os 15
anos da morte de Tim Lopes nesta sexta-feira (2). A ONG Rio de Paz faz uma homenagem
na Praia de Copacabana, na Zona Sul, destacando a importância de combater a
violência contra os jornalistas. Murais mostram a imagem de Tim Lopes e de
outros repórteres que foram agredidos ou mortos no ofício de sua profissão.
“Ano passado fomos o quarto país
com mais jornalistas assassinados, perdemos para o Iêmen e para a Síria”,
explicou Antônio Carlos Costa, da ONG Rio de Paz.
Um missa também será celebrada
esta manhã no alto do Corcovado, lembrando a memória do jornalista.
Por Bom Dia Rio
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