© Reuters Líder
do governo no Senado vem fazendo manobras
para
prejudicar a tramitação da reforma trabalhista na Casa
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Após acordo que resultou no atraso
da votação da reforma trabalhista no Senado, o Palácio do Planalto avalia que a
situação de Renan Calheiros (PMDB-AL) como líder do PMDB na Casa chegou a um
"nível insustentável".
Nas palavras de auxiliares do
presidente Michel Temer, o quadro alcançou seu "limite" com o
discurso de Renan contra a reforma trabalhista, na semana passada, e à
articulação do peemedebista nesta quarta-feira (4) que levou o texto a tramitar
em mais uma comissão no Senado, atrasando, assim, sua aprovação em pelo menos
um mês.A ordem inicial de Temer era apenas "monitorar" Renan até a
votação da reforma trabalhista e não estimular qualquer movimento para tirá-lo
do posto, o que era considerado "traumático" pelo presidente.
A avaliação, agora, é de que o
peemedebista tem "constrangido" senadores da bancada ao se posicionar
publicamente contra as principais bandeiras do governo e que, portanto, pode
ser o caso de substituí-lo.
Com a mudança de ares no Planalto,
a tensão no Senado aumentou e nove senadores peemedebistas, inclusive o líder
do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), fizeram uma reunião reservada no fim
da tarde desta quarta para discutir a situação da liderança do partido.
Segundo a reportagem apurou, o
senador Eduardo Braga (PMDB-AM) chegou a passar uma lista de apoio a Renan e
conseguiu a assinatura de oito dos 22 senadores da bancada da sigla, inclusive
a de Jucá.
A bancada cobrou o líder do
governo e chegou a pedir uma reunião com Renan ainda para a noite desta quarta
(4). Ele, por sua vez, disse que o encontro deveria ocorrer somente na próxima
terça.
Senadores que participaram da
primeira reunião disseram, em caráter reservado, que a bancada quer
"encostar Renan na parede" e cobrar uma mudança de postura em troca
de apoiarem sua permanência no cargo.
OPOSIÇÃO
Em constante colisão com o
governo, Renan tem se manifestado publicamente contra as duas principais bandeiras
de Temer, as reformas trabalhista e previdenciária.
A maior parte da bancada do PMDB
diz que não tem sido ouvida pelo atual líder e que ele precisa representar a
opinião majoritária ao se colocar sobre temas importantes.
Nesta quarta (4), Renan se reuniu
com dirigentes de centrais sindicais e fez novo discurso contra a reforma
trabalhista e o governo Temer.
Questionado por jornalistas sobre
a bancada do PMDB corroborar sua opinião contra a reforma, Renan fez uma
ameaça. "Você só é líder de bancada quando verbaliza o pensamento
majoritário. Agora, se for incompatível defender os trabalhadores no exercício
da liderança do PMDB, vocês não duvidem do que é que vai acontecer." Com
informações da Folhapress.
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