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REUTERS/Carlos Garcia Rawlins Manifestantes de oposição
protestam contra governo de Nicolás Maduro em
Caracas
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Um grupo influente de senadores
republicanos e democratas dos Estados Unidos irá propor nesta quarta-feira uma
legislação abrangente para tratar da crise na Venezuela, incluindo sanções a
indivíduos considerados responsáveis por minar a democracia ou envolvidos em
corrupção, disseram assessores do Senado.
O projeto de lei irá
disponibilizar 10 milhões de dólares em ajuda humanitária ao país em
dificuldade, solicitar que o Departamento de Estado norte-americano coordene um
esforço regional para amenizar a crise e pedir que a inteligência dos Estados
Unidos informe sobre a ligação de autoridades do governo da Venezuela com a
corrupção e o tráfico de drogas, de acordo com uma cópia vista pela Reuters.
O projeto de lei também pede que o
presidente dos EUA, Donald Trump, tome todas as medidas necessárias para evitar
que a Rosneft, estatal petroleira da Rússia, adquira o controle de qualquer
infraestrutura de energia dos EUA.
A Rosneft vem ganhando terreno na
Venezuela porque o país está carente de divisas. No ano passado a estatal
petroleira venezuelana PDVSA usou 49,9 por cento de suas ações em sua
subsidiária norte-americana, Citgo, como garantia para um financiamento de
empréstimo da Rosneft.
No total, a Rosneft emprestou à
PDVSA entre 4 e 5 bilhões de dólares.
A medida chega no momento em que a
comunidade internacional mostra dificuldade para reagir à profunda crise
econômica e aos protestos de rua no país sul-americano, que é membro da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Cerca de 30 pessoas foram mortas,
mais de 400 ficaram feridas e centenas mais foram presas desde que as
manifestações contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ganharam ímpeto
em abril, em meio a uma escassez grave de alimentos e remédios, uma recessão
intensa e uma hiperinflação.
Na terça-feira, a oposição
bloqueou ruas da capital, Caracas, em repúdio à decisão de Maduro de convocar
uma Assembleia Constituinte, o que críticos dizem ser uma tentativa velada de
se manter no poder evitando eleições.
Assessores do Senado dos EUA
disseram que o projeto de lei pretende reagir à crise trabalhando com países
das Américas e com organizações internacionais, e não unilateralmente, ao mesmo
tempo em que visa algumas das causas centrais da crise e defende os direitos
humanos.
As autoridades norte-americanas
vêm relutando para se expressar de forma muito explícita sobre a Venezuela,
cujos líderes acusam Washington de ser a verdadeira força por trás da oposição
ao governo de esquerda do país.
A nova legislação pretende
transformar em lei sanções impostas por um decreto do ex-presidente Barack
Obama visando indivíduos responsáveis por "minar a governança
democrática" ou implicados em corrupção.
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