Imagem
mostra prédio em que ficam os escritórios da
Odebrecht em
Buenos Aires, na Argentina
(Foto: EITAN
ABRAMOVICH / AFP)
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Justiça investiga suposto
pagamento de propina para conseguir licitação de obra para estação de
tratamento de água no rio Paraná de las Palmas.
A Justiça argentina fez buscas
nesta quarta-feira nos escritórios da empreiteira Odebrecht em Buenos Aires,
enquanto espera-se que a empresa revele como dividiu os US$ 35 milhões que
disse ter pago em propinas no país, o que pode atingir políticos e empresários
locais.
O juiz federal Sebastián Casanello
deu a ordem para fazer buscas de documentação no caso que investiga o suposto
pagamento de propina para conseguir a licitação das obras para construir uma
estação de tratamento de água da empresa Agua y Saneamientos Argentinos (AySA)
no rio Paraná de las Palmas, 50 km ao norte da capital.
O procurador Federico Delgado deu,
na terça-feira, um prazo de cinco dias para a empresa se beneficiar da chamada
"lei do arrependimento" e fornecer os dados que tenha sobre o
pagamento de propina e de superfaturamento na estação de tratamento.
Na própria terça-feira, o ministro
argentino de Justiça, Germán Garavano, se reuniu com advogados da empreiteira
para "recolher informações que permitam esclarecer o pagamento de propina
a funcionários e empresários locais relacionados com as licitações das obras
públicas", segundo um comunicado da pasta.
Com o caso nas mãos da Justiça,
Garavano disse que "há uma ordem muito precisa do Presidente [Mauricio
Macri] de colaborar com a Justiça para saber quem são as pessoas que cobraram
esses US$ 35 milhões que a Odebrecht reconheceu ter pago em nosso país".
Segundo a parte oficial, os
representantes legais da Odebrecht "entregaram ao Ministério da Justiça
uma proposta que deverá ser avaliada pelo Estado argentino com efeito de
destravar a entrega de informação correspondente à investigação".
Entretanto, a atribuição de
negociar e oferecer benefícios a imputados por delatar é exclusiva dos procuradores
e dos juízes, e não do ministro ou do gabinete Anti-Corrupção, comandado pela
oficialista Laura Alonso.
Na Argentina, a Odebrecht é
investigada em pelo menos três obras públicas: a construção de vias
subterrâneas do trem Sarmiento, que une a capital à periferia oeste, a estação
de tratamento da AySA e os gasodutos Norte e Sul.
Por France Presse
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