Conselho
Permanente da OEA se reuniu nesta
quarta-feira
(24) (Foto: Reprodução/ Instagram/ OEA)
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'Repudiamos interpretações
descabidas sobre o funcionamento das nossas instituições democráticas', diz
embaixador brasileiro. Oito países se opuseram à discussão.
Durante a reunião desta
quarta-feira (24) do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos
(OEA) , o Equador conseguiu incluir na agenda do dia uma discussão sobre a
crise no Brasil, onde o presidente Michel Temer e inúmeros legisladores são
acusados de corrupção, mas uma maioria de países considerou que esse debate era
inapropriado.
O diplomata equatoriano Marco
Vinicio Albuja disse que "há alguns dias há notícias muito graves a
respeito da situação no Brasil" e as "afetações de caráter
regional" lhe "obrigam a solicitar" esclarecimentos à delegação
brasileira. "Se vamos falar de um problema, vamos falar de todos, e de
todos os problemas sérios. Não pode haver países de primeira e de
segunda", comentou Albuja.
No entanto, oito países se
opuseram a abordar o assunto na sessão ordinária realizada hoje em Washington.
Os países que se opuseram foram Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Argentina,
Chile, México, Paraguai e Uruguai.
"Repudiamos interpretações
descabidas sobre o funcionamento das nossas instituições democráticas e sobre a
vigência dos direitos humanos e de todas as garantias constitucionais",
disse o embaixador brasileiro, José Luiz Machado, sem esconder seu incômodo com
a proposta de discutir a situação de seu país.
Para o diplomata, a inclusão do
tema na agenda do dia "nada mais é do que uma mal disfarçada tentativa de
desviar o foco de nossa atenção, quando nos preparamos para tratar, na próxima
semana com os nossos chanceleres, da situação na Venezuela".
Machado assegurou que "não há
qualquer alteração ou risco à ordem constitucional no Brasil", embora
tenha admitido que a situação apresenta um cenário "desafiador".
O diplomata brasileiro também
apontou "certas contradições" na proposta do Equador, um país que,
segundo disse, "se negou uma e outra vez a falar da grave situação de
outro Estado-membro", em referência à Venezuela.
Indignação
Várias outras delegações fizeram
eco da indignação brasileira, em parte porque a inclusão da pauta na agenda foi
realizado antes do prazo regulamentar de 72 horas, como mencionaram os
representantes do México, do Paraguai e da Argentina. Em resposta, o presidente
da sessão, o haitiano Jean-Victor Harvel, recordou às delegações que todas
aprovaram a agenda do dia sem objeções.
O representante do Chile, Juan
Barría, assinalou que a crise "é um tema absolutamente interno do
Brasil".
O representante da Argentina, Juan
José Arcuri, por sua vez, reclamou que "este tema não deveria ter sido
considerado".
Situação na Venezuela
A reunião desta quarta deveria
definir a logística do próximo encontro de ministros das Relações Exteriores
sobre a situação na Venezuela.
O Conselho Permanente discutiu
detalhes logísticos e regulamentares, como horários e ordem de discurso. A
reunião de chanceleres sobre a Venezuela será na próxima quarta-feira.
Por enquanto, a OEA decidiu não
tomar nenhuma decisão sobre o final da reunião, deixando em aberto para que a
discussão dure mais um dia.
Por G1
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