O procurador
geral da república (PGR), Rodrigo Janot
- 07/02/2017 (ANDRESSA ANHOLETE/AFP)
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Entidade questionou a divulgação
do áudio pela PGR sem uma análise técnica prévia
A Associação Nacional dos Peritos
Criminais Federais divulgou nota questionando o fato de a Procuradoria-Geral
da República (PGR) não ter periciado o áudio da conversa que
o empresário Joesley Batista, dono da JBS, gravou com o presidente Michel
Temer, antes de anexá-la ao pedido de abertura de inquérito contra o
presidente.
Para a associação dos peritos
criminais, a homologação de delações premiadas sem a devida análise pericial
prévia é temerária. “É inaceitável que, tendo à disposição a Perícia Oficial da
União, que tem os melhores especialistas forenses em evidências multimídia do
país, não se tenha solicitado a necessária análise técnica no material
divulgado, permitindo que um evento de grande importância criminal para o país
venha a ser apresentado sem a qualificada comprovação científica”.
Segundo a entidade, a mera audição
da reprodução, pela imprensa, do áudio entregue por Joesley Batista permite
notar “a presença de eventos acústicos que precisam passar por análise técnica,
especializada e aprofundada”. No entanto, a associação frisa que não é possível
emitir qualquer conclusão sobre a autenticidade da gravação sem que o áudio e o
equipamento usado para gravar a conversa sejam periciados pelo Instituto
Nacional de Criminalística, da Polícia Federal.
Grampo
As conversas foram gravadas em março
deste ano, sem o conhecimento de Temer, durante um encontro à noite, no Palácio
do Jaburu. No áudio, o dono da JBS afirma que tinha ligação com um procurador
da Justiça e dois juízes que lhe passavam informações confidenciais sobre a
Operação Greenfield (que apura suspeita de desvio de recursos em fundos de
pensão públicos). O teor da conversa motivou a abertura de inquérito contra o
presidente, no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PGR. No entanto,
Temer pediu a suspensão do inquérito, alegando que não cometeu qualquer crime e
que o áudio que embasa o inquérito teve pontos editados e não foi periciado
previamente.
(Com Estadão Conteúdo)
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