© image/jpeg Léo
Pinheiro e João Vaccari Neto
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O empresário Léo Pinheiro,
ex-presidente da OAS, revelou em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro
nesta quinta-feira que o valor do tríplex que a OAS reformou
para o ex-presidente Lula no Guarujá (SP) foi compensado com
propina da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, conhecida como
Refinaria do Nordeste (RNEST). Ele diz que teve vários encontros com Paulo
Okamotto e com João Vaccari Neto para saber como
“formalizariam” os documentos para transferir o apartamento para Lula e como
seria paga a diferença, já que inicialmente o apartamento tinha 80 metros
quadrados e a proposta mudou para um tríplex de 240 metros quadrados.
Conforme o empreiteiro, Okamotto e
Vaccari sempre pediam para esperar não apresentavam uma solução definitiva.
“Mas a reforma já tinha sido feita e gasta. Eu avisei ao João Vaccari, o
investimento já estava feito, um investimento muito alto. O lucro daquele
empreendimento praticamente o estava indo embora na reforma que estava fazendo
num apartamento só, de cento e tantos apartamentos”, disse Léo Pinheiro. A
solução, então, foi encontrada: “A OAS Empreendimentos não teve prejuízo na
reforma porque foi paga através da RNEST, da obra da Petrobras, do encontro de
contas dela e de outras obras”, afirmou ele.
Segundo Léo Pinheiro, o tríplex
passou a pertencer a Lula no momento em que a OAS assumiu as da Bancoop, a
cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo. “Já me foi dito que era do
presidente Lula e de sua família, que eu não comercializasse e tratasse aquilo
como uma coisa de propriedade do presidente”, disse ele.
O empreiteiro também foi
questionado no interrogatório sobre a origem dos recursos para a reforma do
tríplex. “Eu usei valores de pagamentos de propina para poder fazer um encontro
de contas, ao invés de pagar x, paguei x menos despesas que entraram no
encontro de contas. Não saiu caixa, houve apenas o não pagamento do que era
devido”, disse ele. “Quando dona Marisa e o presidente estiveram no
apartamento, e nós fizemos o projeto, eu levei para Vaccari e isso fez parte de
um encontro de contas com ele. Vaccari me disse naquela ocasião que como se
tratavam de compromissos pessoais, ele iria consultar o presidente. Voltou pra
mim e disse: ‘você pode fazer o encontro de contas’. Então, sem dúvida se ele
[Lula] sabia ou não, claro que ele sabia”.
O advogado de Lula, Cristiano
Zanin Martins, rebateu as acusações do empreiteiro. Segundo o defensor, Léo
Pinheiro mentiu no depoimento a Moro. “O que nós vimos hoje foi uma encenação,
uma mentira contada pelo senhor Léo Pinheiro, que está negociando uma delação
premiada. Mas a declaração dele jamais vai se sobrepor ao depoimento prestado
por 73 testemunhas e diversos documentos que estão no processo e que demonstram
de uma forma cabal que o apartamento não é do ex-presidente Lula e que ele não
teve qualquer participação em ilícitos da Petrobras. A declaração do Léo
Pinheiro é uma mentira. Ele não tem como provar e é uma mera declaração de uma
pessoa que negociou uma versão com o Ministério Público.”
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