Ex-presidente
do Peru Ollanta Humala e sua mulher,
Nadine
Heredia (Foto: Reuters)
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Campanha de Humala concluiu com
sua eleição para o período entre 2011 e 2016. 'Não tenho ideia de porque
mentiriam, mas não é certo', diz Nadine Heredia.
O empresário Marcelo Odebrecht,
ex-presidente da Odebrecht detido desde junho de 2015 por sua vinculação com os
escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato, disse ter
repassado US$ 3 milhões para a campanha presidencial de Ollanta Humala no Peru.
Segundo sua delação premiada, o
executivo admitiu que, a pedido do então ministro brasileiro da Fazenda,
Antonio Palocci, entregou, "via Setor de Operações Estruturadas, US$ 3
milhões ao candidato à presidência de Peru, Ollanta Humala" para a
campanha presidencial de 2010.
A esposa do ex-presidente, Nadine
Heredia, negou a declaração. "Não tenho ideia de porque mentiriam, mas não
é corroborável e não é certo", respondeu Heredia em entrevista à emissora
"Canal N", após a divulgação em Lima da declaração de Odebrecht no
Brasil.
As declarações de Odebrecht
coincidem com as feitas pelo ex-diretor da construtora no Peru, Jorge Barata,
ao procurador peruano Hamilton Castro, no último mês de fevereiro, sobre o
pagamento de US$ 3 milhões à campanha de Humala, que concluiu com sua eleição
para o período 2011-2016. Barata também delatou à procuradoria peruana o
pagamento de um suborno de US$ 20 milhões ao ex-presidente Alejandro Toledo
(2001-2006) para adjudicar a construção da estrada Interoceânica Sul.
As doações teriam sido feitas a
pedido do PT e algumas foram entregues pessoalmente a Heredia, segundo as
declarações de Barata divulgadas pela imprensa peruana em fevereiro.
A ex-primeira-dama acrescentou que
Odebrecht e Barata pertencem a uma mesma empresa, que "quer salvar suas
operações no Peru" e que "tudo que foi dito (por ambos) tem que ser
corroborado" pelas autoridades peruanas.
Nesse sentido, pediu que tudo seja
corroborado com o levantamento de seu sigilo bancário e com a verificação de se
tem alguma empresa offshore com a qual se possa confirmar as acusações da
construtora brasileira.
Investigação por lavagem de
dinheiro
O Ministério Público peruano
investiga Humala e Heredia, ambos líderes do Partido Nacionalista Peruano
(PNP), por lavagem de ativos por supostamente ter gerenciado um financiamento
ilegal de sua legenda durante as campanhas para as eleições presidenciais de
2006 e 2011.
O Ministério Público do Peru disse
nesta quarta que encontrou US$ 13 milhões em contas no nome de Jorge Barata, e
abriu uma investigação preliminar por lavagem de ativos em agravo do Estado.
O comunicado da procuradoria
detalha que foram detectadas duas contas em um banco peruano com US$ 13 milhões
correspondentes a fundos mútuos, contribuições voluntárias e outras
transferências internacionais, geradas entre 2006 e 2016.
A investigação está a cargo da
Segunda Procuradoria Corporativa Especializada em Delitos de Lavagem de Ativos
e Perda de Domínio, e terá uma duração de oito meses.
A Unidade de Inteligência
Financeira (UIF) comunicou à Coordenação da Procuradoria de Lavagem de Ativos
sobre os movimentos suspeitos de transferências para o exterior e ordenou o
congelamento das contas de Barata, que colabora com a Justiça na investigação
dos casos de corrupção da Odebrecht no Peru.
Subornos na América Latina
A Odebrecht é investigada por ter
subornado governos e autoridades de uma dúzia de países de América Latina e
África para obter importantes contratos.
No Peru, a Odebrecht admitiu que pagou subornos de US$
29 milhões entre 2005 e 2014 a funcionários e autoridades para
obter licitações de obras públicas em um período que compreende os governos de
Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala
(2011-2016).
Marcelo Odebrecht foi detido em
junho de 2015 e condenado a mais de 19 anos de prisão, enquanto Palocci foi
detido em setembro de 2016, acusado de intermediar entre o governo e a
construtora para o pagamento de propinas e subornos em troca da obtenção de
contratos.
Segundo o Ministério Público,
Palocci mantinha uma conta corrente junto com a construtora na qual recebia
valores que posteriormente seriam repassados ao PT.
Por Agencia EFE
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