Oposicionistas ao governo de
Nicolas Maduro marcaram protestos para esta quarta-feira (19).
Os Estados Unidos realizaram nesta
terça-feira (18) uma dura advertência aos funcionários venezuelanos para que
evitem reprimir os protestos opositores previstos para esta quarta (19) na
Venezuela.
"Os responsáveis pela repressão
de atividades pacíficas e democráticas, por minar instituições e práticas
democráticas, e pela flagrante violação dos direitos humanos deverão prestar
contas individualmente", disse o porta-voz do departamento americano de
Estado Mark Toner.
Os agentes do Estado - policiais,
militares, promotores e juízes - e os civis controlados pelo partido governista
PSUV que agirem contra os manifestantes deverão prestar contas às instituições
venezuelanas e "à comunidade internacional".
O presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, reagiu às declarações de Toner afirmando que Washington deu seu aval a
um golpe de Estado na Venezuela. "Os Estados Unidos, o departamento de
Estado, deram sinal verde para um processo golpista descarado para uma
intervenção na Venezuela", disse ele durante uma reunião com o comando
político e militar no Palácio Miraflores.
Segundo Maduro, a oposição
venezuelana "quer a violência" diante da "chegada dos
extremistas e golpistas intervencionistas a posições-chave do poder nos EUA com
a presidência de Donald Trump". A Venezuela está enfrentando "uma
arremetida internacional, dirigida pelos EUA, para provocar uma intervenção
imperialista".
Na segunda-feira (17), Maduro
anunciou em um ato militar que o corpo de milícia, criado por lei há sete anos,
chegará a 500.000 civis, cada um com seu fuzil.
Um diplomata americano, que pediu
para não ser identificado, avaliou que a decisão de Maduro de ampliar a milícia
de civis armados "provocará um desastre".
"Deploramos o uso da
violência contra manifestantes desarmados, em particular por meio dos
'coletivos'", declarou o diplomata, em referência às organizações
comunitárias ligadas ao regime chavista.
"São grupos armados sob o
controle político de líderes partidários para reprimir manifestantes enquanto
as forças de segurança encarregadas de manter a ordem observam
passivamente".
A oposição venezuelana garante que
fará, nesta quarta, sua maior manifestação contra o governo de Maduro. Os
organizadores estabeleceram 26 pontos de saída para uma passeata que pretende
chegar à Defensoria do Povo, no centro de Caracas, reduto chavista. Aliados do
governo já anteciparam que, como sempre, não vão deixar que entrem nesta área.
Os protestos anteriores terminaram
em duros confrontos entre as forças policiais e os manifestantes. Cinco pessoas
morreram, dezenas ficaram feridas, e mais de 200 foram detidas.
Por France Presse
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