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REUTERS/Nacho Doce Prefeito de São Paulo, João Doria
(PSDB),
durante entrevista à Reuters
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O prefeito de São Paulo, João
Doria (PSDB), prometeu usar todas as suas forças para combater a volta do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência nas eleições de 2018 e
colocou o petista como uma das principais motivações que o levaram a decidir
lançar-se candidato a prefeito.
Ao mesmo tempo, Doria afirmou em
entrevista à Reuters na terça-feira ser leal ao governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, seu padrinho político, e reafirmou ser ele o seu candidato ao
Palácio do Planalto em 2018 sem, no entanto, descartar explicitamente uma
candidatura à Presidência no ano que vem.
Indagado sobre a possibilidade de
lançar-se caso as pesquisas o apontem como único capaz de fazer frente a Lula,
foi evasivo: "o futuro a Deus pertence".
"Uma das motivações que eu
tive para disputar as eleições foi o Lula, foi o assalto ao dinheiro público no
Brasil, foi o roubo generalizado, foi a má gestão pública federal, as mentiras
e as promessas feitas à população e não cumpridas, os 13 milhões de
desempregados que ele deixou de presente para o Brasil, três anos de recessão
econômica e a pior imagem pública do Brasil no mundo", disparou.
"O Lula agora se apresenta
como salvador e quer disputar em 2018 como salvador. Salvador do quê?",
questionou. "Eu usarei todas as minhas forças como cidadão e como prefeito
para falar a verdade e dizer que basta! Já chega do desastre que colocaram no
Brasil."
Com a candidatura apoiada
ostensivamente por Alckmin e depois de uma prévia interna tucana turbulenta,
Doria elegeu-se prefeito da maior cidade do país no ano passado já no primeiro
turno, feito inédito desde que se instituiu a eleição em dois turnos na cidade.
Desde então, vem repetindo com
frequência o mote da campanha de não ser um político, mas sim um gestor, e
imprimiu uma marca de constantes aparições públicas ao lado de seu secretariado
em atividades como de zeladoria urbana, nas quais prefeito e auxiliares usam
uniformes de gari, e de presença diária nas redes sociais.
São comuns também suas críticas ao
PT --críticas essas que diz que fez, faz e fará-- e especialmente a Lula, que
muitas pesquisas apontam como líder nas intenções de voto para 2018. Doria,
entretanto, afirma que os ataques ao ex-presidente, a quem costuma chamar de
"cara-de-pau", não têm pretensões eleitorais e refletem um discurso
que tem feito desde as prévias.
Com o nome cada vez mais em
evidência, o prefeito passou a ser apontado como possível candidato à
Presidência no ano que vem, o que gerou incômodos dentro do PSDB, já que
Alckmin, ao lado do presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), é um dos
principais postulantes tucanos à candidatura ao Planalto.
O prefeito, por sua vez, segue
afirmando publicamente que seu maior objetivo é fazer uma boa gestão na
prefeitura, mesmo quando confrontado com a avaliação, com a qual concordou, de
que há desgaste com a classe política e com os políticos tradicionais.
"É um sentimento muito claro
na opinião pública brasileira e vai influenciar sim nas eleições de 2018",
avaliou. "Sou prefeito, recém-eleito, quero ser um bom prefeito para minha
cidade. Estamos no caminho certo, mas não quero dizer com isso que isso
pavimenta qualquer candidatura. Tudo a seu tempo. Temos uma longa trajetória
pela frente."
Alckmin, que pode ter suas
pretensões feridas pelo acordo de delação premiada de ex-executivos da
Odebrecht na Lava Jato, no qual teria sido um dos políticos citados como
destinatários de recursos da empreiteira, é elogiado por Doria que reconhece no
aliado um político, "mas com uma trajetória muito bem construída ao longo
da sua vida, de maneira correta, como bom gestor".
"Há algumas coisas que foram
colocadas recentemente, mas eu pessoalmente confio muito na idoneidade e na
postura ética que ele sempre pautou a sua vida política", disse o
prefeito, que defendeu a realização de prévias para definição do presidenciável
tucano e concordou com a ideia de Alckmin de que a escolha se dê até o final
deste ano.
REFORMAS
Oriundo do setor privado, Doria
defendeu as reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo do
presidente Michel Temer ao Congresso Nacional, e elogiou as "posições
claras" do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Para o prefeito paulistano, a
concretização dessas duas reformas, aliada à lei que regulamenta a
terceirização já sancionada por Temer, poderá alterar o atual cenário de
"certo otimismo" dos investidores externos com o Brasil para um
momento de "entusiasmo" com o país.
"A estabilidade política
também pode ajudar", disse o prefeito, para quem a manutenção de Temer na
Presidência, em meio à possibilidade de o presidente ter o mandato cassado pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será benéfica para a economia.
"Não havendo nenhuma situação
que interrompa o mandato do presidente Temer, isso também será mais um fator
positivo que aumentará a confiança do mercado com relação ao Brasil",
disse Doria, que atribuiu a complicada situação econômica do país ao PT e,
especialmente, ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve o mandato
cassado em um processo de impeachment.
"Nos 13 anos do governo do
PT, especialmente no governo Dilma, mais acentuadamente no governo Dilma,
destruíram a reputação do Brasil e destruíram os princípios de respeito aos
contratos", atacou.
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