A
ex-presidente argentina, Cristina Kirchner
(Foto: Juan
Mabromata / AFP)
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Ex-presidente e ex-ministros
são acusados de ter causado danos financeiros ao Banco Central por suas medidas
contra a desvalorização em 2015.
A ex-presidente Cristina Kirchner
(2007-2015) irá a julgamento oral por suposto prejuízo ao Estado em operações
cambiárias do Banco Central ao fim de seu governo, segundo uma decisão do juiz
Claudio Bonadio divulgada nesta quinta-feira (23).
A data do julgamento pelo caso
chamado "dólar futuro" será definida pelo tribunal oral responsável
pelo processo.
Junto a Kirchner, de 64 anos,
serão julgados o ex-ministro da Economia e atual deputado Axel Kicillof e o
ex-presidente do Banco Central da Argentina (BCRA) Alejandro Vanoli, informou o
Centro de Informação Judicial (CIJ) que depende da Suprema Corte.
O magistrado os acusa de ter
causado danos financeiros ao Banco Central por suas medidas contra a
desvalorização em 2015 e já embargou 15 milhões de pesos (US$ 1 milhão) de cada
um.
Quando seu processo foi confirmado
em novembro do ano passado, a ex-presidente desistiu de recorrer na intenção,
segundo seu advogado, de defender-se em um julgamento oral e público.
"Não se pode descartar que a
ex-presidenta aproveitará esta oportunidade do julgamento para ter uma
plataforma política" em um ano eleitoral, disse à AFP o sociólogo Ricardo
Rouvier, da consultoria Rouvier e associados, para quem a notícia do julgamento
não incidirá na opinião pública.
Kirchner transformou seu
comparecimento para depôr em abril em um enorme ato político em frente aos
tribunais de Buenos Aires, em sua primeira aparição pública desde sua saída do
governo em dezembro de 2015.
Dólares na mira
Kirchner, Kicillof e Vanoli serão
julgados pelo delito de "administração fraudulenta em prejuízo à
administração estatal", em uma polêmica acusação referida à política
monetária do governo passado, segundo a decisão do juiz de 27 folhas na qual
deu por encerrada a etapa de instrução.
Outros 12 acusados, ex-membros do
Banco Central e da Comissão Nacional de Valores, serão julgados como supostos
partícipes necessários da suposta manobra.
A operação com dólares a futuro
consiste em fixar um preço da divisa a três ou quatro meses, como investimento.
Se a taxa de câmbio cair, o Banco Central ganha dinheiro, mas se houver
desvalorização a instituição perde.
Uma das primeiras medidas do
presidente Mauricio Macri após assumir em 10 de dezembro de 2015 foi liberar a
taxa de câmbio e a desvalorização chegou a 32%.
Em sua defesa, a ex-presidente
afirmou que quem comprou os dólares a futuro foram os empresários, muitos deles
funcionários do governo de Macri e todos eles foram autorizados pelo juiz
Bonadio a cobrar os futuros.
Pesam contra a ex-presidente, que
se diz "vítima de uma perseguição judicial e midiática", outras três
acusações, uma delas por suposta corrupção com negócios imobiliários da
família, um caso que também está nas mãos de Bonadio.
Por France Presse
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