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PATRÍCIO/ESTADÃO Parte dos petistas é contra a aliança
com o PSDB na Assembleia Legislativa de São
Paulo.
FOTO: JOSÉ
PATRÍCIO/ESTADÃO
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A maioria da bancada do PT na
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) defende apoio à eleição do tucano
Cauê Macris na eleição para a presidência da Casa, marcada para o dia 15 de
março. Pelo acordo, o partido, dono da segunda maior bancada, atrás do PSDB,
manteria a 1.ª Secretaria, posto que ocupa ininterruptamente desde 2002, e os
57 cargos comissionados vinculados à vaga.
Três dos 16 deputados estaduais
petistas, porém, querem levar a decisão para o Diretório Estadual da legenda.
Assim, esperam ganhar tempo para mobilizar a militância contra o apoio a
Macris. “Cauê e o pai dele (o deputado federal tucano Vanderlei Macris) são
conhecidos pela militância antipetista”, disse o deputado José Américo Dias,
que integra o grupo dissidente petista, ao lado de Carlos Neder e João Paulo
Rillo.
Aos 33 anos, Macris é um dos
maiores adversários do PT no Estado. Em setembro do ano passado, o deputado publicou
artigo no jornal Folha de S. Paulo, no qual diz que o “PT e seus
associados”, entre eles, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central Única
dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), “agem
como um bandido que, ao furtar a carteira de alguém, grita ‘pega ladrão’”.
Proporcionalidade. O
líder do PT na Assembleia Legislativa, José Zico Prado, disse que a decisão da
bancada ainda não foi tomada, mas confirmou que a maioria defende o apoio ao
tucano. “Ainda não tem uma posição, mas a maioria defende a proporcionalidade
garantida nas urnas”, afirmou.
Proporcionalidade é o critério
pelo qual são escolhidos os cargos na Mesa Diretora da Alesp. Graças a isso, o
PT tem mantido a 1.ª Secretaria, posto mais importante depois da presidência.
A 1.ª Secretaria tem, atualmente,
57 pessoas ocupando cargos de comissão. O líder do PT, no entanto, nega que o
objetivo da aliança seja a obtenção de empregos.
“Estamos discutindo a participação
em comissões e outros postos que nos permitam fazer oposição ao governo
Alckmin.” Os “rebeldes” da bancada petista contestam o argumento. “O PT só tem
este aparato porque faz oposição conciliadora”, afirmou o deputado Rillo.
'Bloquinho'. O PT tem
duas alternativas ao apoio ao tucano. A primeira é a construção de um bloco de
esquerda, junto com PDT e PSOL, sem chance de vitória. A outra é apoiar um nome
do “bloquinho”, formado por PSB, PV, PPS, PR, PSC, PTN, PSL, PP e PEN, que
avalia lançar como candidato o deputado Carlos César (PSB).
“O ‘bloquinho’ tem até 29 votos.
Com os 16 do PT, poderia haver um ‘efeito manada’, já que o nome de (Cauê)
Macris não é bem-visto. Ele é muito dependente do Alckmin. Se o governador já
não atende os deputados, imagine com um presidente sem autonomia”, disse José
Américo.
Deputados tucanos dão como certa a
manutenção do acordo histórico entre DEM, PSDB e PT. A aliança, porém,
desagrada à parte da bancada. “Eu não faria um acordo com o PT, mas essa é
opção do candidato. Precisamos mudar a história da Assembleia. Esse acordo tem
de acabar”, disse o deputado Carlos Pignatari, líder do PSDB na Assembleia.
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