Sede da
Odebrecht em São Paulo
(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
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Todas estão envolvidas na Lava
Jato. Jornal afirma que governo de Alan García adicionou 1,9 bilhão de dólares
ao orçamento da estrada interoceânica, a cargo da Odebrecht.
Autoridades do Peru ordenaram o
embargo de mais de 150 milhões de sóis (142 milhões de reais) em propriedades e
contas bancárias da construtora brasileira Odebrecht no país, informou nesta
sexta-feira (17/02) o site peruano Ojo Público.
O valor total chega a 200 milhões
de sóis (191 milhões de reais) se forem incluídas outras oito empresas
brasileiras envolvidas no caso Lava Jato. Os nomes não foram divulgados para
não atrapalhar as investigações, segundo o site.
Do total embargado da Odebrecht,
cerca de 60 milhões de sóis correspondem a terrenos no departamento de
Lambayeque, no noroeste do país.
A Odebrecht declarou à Justiça dos
Estados Unidos que pagou subornos no valor de 29 milhões de dólares no Peru
entre 2005 e 2014, um período que compreende os governos de Alejandro Toledo
(2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).
Neste domingo, o jornal El
Comercio informou que o governo do presidente Alan García acrescentou 1,9
bilhão de dólares ao orçamento original para a construção da estrada
interoceânica, a cargo da Odebrecht. Uma investigação do jornal revelou que o
governo destinou esse valor, equivalente a 45% do custo total do projeto, para
variados custos de construção, manutenção e juros da obra.
O ex-presidente, que neste sábado
retornou à Espanha após responder a uma convocação da procuradoria peruana por
outro caso vinculado à Odebrecht, assinou uma série de decretos de urgência e
cerca de 15 adendos nos contratos que significaram ampliações de prazos de
execução.
Entre 2008 e 2010, o governo de
García autorizou dois empréstimos do Banco de Desenvolvimento da América Latina
(CAF), no valor de 234 milhões de dólares, que incorporou ao orçamento da
interoceânica, além de outros 200 milhões de dólares.
Os diretores da Odebrecht visitaram
García em 16 oportunidades no palácio de governo, e o ex-mandatário também foi
convidado à capital paulista pela Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), com todas as despesas pagas, em 2008, segundo El Comercio.
Consultado pelo jornal, García
respondeu que quem maneja com exatidão os dados sobre a interoceânica é o então
ministro dos Transportes e Comunicações, Enrique Cornejo, que está afastado da
cúpula do Partido Aprista desde que revelou suas intenções de querer dirigir a
legenda.
García atribuiu a Cornejo a
designação de seu então vice-ministro de Comunicações, Jorge Cuba, detido em
Lima por supostamente ter recebido uma propina de 2 milhões de dólares da
Odebrecht para a construção da linha 1 do metrô da capital peruana.
Por sua vez, o ex-presidente
Toledo tem uma ordem de captura internacional, uma vez que mora nos Estados
Unidos, por supostamente ter recebido 20 milhões de dólares para conceder à
Odebrecht a construção dos trechos 2 e 3 da interoceânica.
Deutsche Welle
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