Lenín Moreno
(esq.) e Guillermo Lasso disputam votos no 1º turno
das eleições
no Equador
(Foto:
Mariana Bazo e Henry Romero/Reuters)
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O candidato governista de esquerda
Lenín Moreno se aproximava nesta segunda-feira (20) de uma vitória no primeiro
turno nas eleições presidenciais mais disputadas dos últimos anos no Equador.
O ex-vice-presidente Moreno, do
movimento socialista Alianza País, chegava a 39,10% dos votos válidos, contra
28,30% do ex-banqueiro conservador Guillermo Lasso, após a apuração de 88,76%
das cédulas eleitorais.
Para vencer o primeiro turno, como
aconteceu com o presidente Rafael Correa em 2009 e 2013, são necessários 40%
dos votos válidos e uma diferença de dez pontos sobre o segundo candidato.
"Gostam dos grandes desafios,
os desafios fortes, e deste vou sair na frente", declarou Moreno, de 63
anos, em entrevista ao canal Telesur.
Disse ainda que o país está
dividido, por isso pediu que "compartilhemos o exercício do poder e da
cidadania".
Se conseguir a vitória, Moreno se
converterá no primeiro presidente equatoriano com problemas físicos, pois é
paraplégico em consequência de um assalto em 1998.
Este aspirante a suceder o
presidente em fim de mandato Rafael Correa disse que ainda é preciso contar
grande parte da populosa província de Manabí, o reduto do correísmo severamente
atingido pelo terremoto de abril, e os votos do exterior, onde também possui
uma folgada maioria.
Centenas de simpatizantes de
Lasso, encorajados ante a possibilidade do segundo turno - onde pode travar
alianças com o resto dos opositores - se concentraram diante da sede do
Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em Quito em uma vigília para exigir
transparência na apuração.
À medida que a contagem avançava
com extrema lentidão a favor de Moreno, os opositores, entre eles o candidato a
vice-presidente de Lasso, Andrés Páez, denunciavam a gritos a existência de
fraude.
Em seu último comunicado de
domingo, o presidente da entidade eleitoral desmentiu qualquer irregularidade e
disse que a apuração continuará avançando na web e que fará uma coletiva de
imprensa na manhã desta segunda-feira, com os resultados definitivos.
Desgaste
Os analistas sempre advertiram que
seria difícil levar o correísmo ao segundo turno, quando conta com uma base de
30% de sólido apoio no país.
"Estes 10 anos foram uma
amostra para que vejam o progresso do país, embora muita gente não queira ver o
que temos diante de nós", afirmou Nora Molina, uma funcionária pública de
53 anos.
Mas, mesmo que Moreno vença no
primeiro turno, o governismo sofreu uma contundente perda de votos em relação
às presidenciais de 2009 e 2013, devido à ausência de Correa, a uma delicada
situação econômica e à corrupção que ofuscou a campanha.
Os resultados ainda não permitem
confirmar se o correísmo manterá a maioria de dois terços no Legislativo.
"Antes Correa ganhava por
mais de 50%, pela bonança que havia naquele momento. As pessoas sentiam que
viviam melhor, mas isso já não é assim", disse à AFP o economista Alberto
Acosta-Burneo, consultor do Grupo Spurrier.
Segundo o governo, a deterioração
da economia se deve a fatores externos, como a crise no petróleo, a
desvalorização de moedas vizinhas, o fortalecimento do dólar e os custos do
terremoto de abril.
Por France Presse
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