© Foto: Beto Barata/Presidência da República Temer deve nomear
Imbassahy, apesar da resistência do centrão.
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Diante do
desgaste causado pelas denúncias da cúpula da Odebrecht envolvendo seu nome e
os de líderes do PMDB, o presidente Michel Temer intensificou o processo de
reaproximação com os tucanos. Ele se reuniu nesta segunda-feira com o
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o líder do governo no Senado,
Aloysio Nunes Ferreira (SP). No domingo, já se encontrara com o líder do PSDB
na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).
Na reunião no
Palácio do Jaburu, Temer afirmou aos tucanos que está disposto a nomear Imbassahy
ministro da Secretaria de Governo. Porém, antes de oficializar a decisão, quer
costurar melhor a indicação com os partidos do centrão (PP, PSD, PR, PTB, entre
outros) que também são da base aliada.
Para o encontro
com os tucanos, Temer adiou por algumas horas sua viagem para São Paulo, onde à
noite participou, ao lado do governador Geraldo Alckmin, de um evento no
Palácio dos Bandeirantes. A cerimônia foi organizada pelo Lide (Grupo de
Líderes Empresariais), coordenado pelo prefeito eleito de São Paulo, o tucano
João Doria.
No café da manhã
com Aécio, Temer discutiu a questão de Imbassahy e a necessidade de se aprovar
nesta terça-feira no Senado a PEC do teto, que estabelece um limite para o
crescimento de gastos públicos, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
de 2017, em sessão conjunta do Congresso.
Segundo
dirigentes tucanos e peemedebistas, Temer queria anunciar a nomeação de
Imbassahy só em fevereiro, após o recesso e a eleição da Mesa da Câmara, para
não afrontar líderes do centrão, que também querem comandar a Casa. Mas, com o
agravamento da crise e notícias de que setores do PSDB estariam pregando o
desembarque do governo, Temer deve antecipar esse anúncio.
— O Aécio e o
Aloysio foram lá hoje para dizer a Temer que não é possível continuar assim,
que ele tem que se impor e parar com esse vai-volta. E não é pelo bem do PSDB,
é pelo bem do seu governo — disse um dos dirigentes tucanos.
Líderes do PMDB
descartam a possibilidade de debandada dos tucanos por causa do episódio
Imbassahy e do agravamento da crise causado pela divulgação de delações da
Odebrecht.
— Se houver
desembarque do PSDB, vamos ter uma revolução de rua no Brasil. Ninguém aguenta
mais outras confusões — avalia um dos líderes do PSDB no Congresso, que esteve
com Temer no final de semana.
O centrão
iniciou nesta segunda-feira um movimento para contestar a intenção do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de tentar se reeleger ao cargo.
Ontem à noite, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), protocolou na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Casa uma consulta sobre a viabilidade da
reeleição para um mandato-tampão, caso de Maia.
Mais cedo,
Jovair já havia afirmado que entrará com recurso no Supremo Tribunal Federal
(STF) contra Maia, caso oficialize sua candidatura. Ontem, galhardetes de
campanha de Jovair à presidência da Câmara apareceram em postes da Esplanada
dos Ministérios. Ele, assim como outros líderes do centrão, rebelaram-se contra
a intenção de Temer de nomear Imbassahy para a Secretaria de Governo. Na visão
de Jovair, isso favoreceria a reeleição de Maia, uma vez que Imbassahy passaria
a apoiar o atual presidente da Câmara.
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