Léo
Pinheiro, executivo a OAS, foi preso pela Polícia Federal
durante
operação Greenfield e faz exame de corpo delito no
IML de
Curitiba - 05/09/2016 (Vagner Rosário/VEJA.com)
|
Por questões de segurança, Moro
decidiu manter o empreiteiro na carceragem da Polícia Federal e se recusou a
enviá-lo ao presídio
Depois de VEJA ter revelado que o
empreiteiro Léo Pinheiro citou o
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas
negociações de sua delação premiada, o procurador-geral da República Rodrigo
Janot decidiu suspender o acordo com o empresário e jogou no lixo revelações
cruciais sobre o esquema de corrupção instalado na Petrobras. VEJA revelou o teor de sete anexos que detalham a
conta clandestina que abastecia os cofres do ex-presidente Lula, o caixa dois
para a campanha de Dilma Rousseff e escancaram a cobrança de propina de um
operador do senador Aécio Neves (PSDB) e o recolhimento de dinheiro em espécie
no governo de José Serra. Mas a delação continuou paralisada.
Agora um aceno do juiz federal
Sergio Moro pode contribuir para que o empreiteiro possa voltar a revelar o que
sabe. O magistrado decidiu manter o empresário na carceragem da Polícia Federal
em Curitiba e, por questões de segurança, se recusou a enviá-lo ao presídio
onde estão os demais condenados no petrolão. O motivo é a promessa de Léo
Pinheiro de dar continuidade a depoimentos comprometedores sobre o esquema de
corrupção, sem poupar ninguém. “Quero colaborar, Excelência, no que eu puder, e
agindo exatamente como agi aqui, eu sei dos crimes que eu cometi, não estou
fugindo de nenhum deles, direi todos que eu cometi, e seja quem for do outro
lado”, disse o empresário a Sergio Moro.
“As divulgações, fundadas ou não,
da possibilidade de José Adelmário Pinheiro Filho vir a celebrar acordo de
colaboração premiada, aliada ao potencial e à extensão das informações que
reuniria, recomenda prudência e, por conseguinte, a manutenção dele, no
presente momento e para segurança dele, na carceragem da SR/DPF/PF [Polícia
Federal]”, decidiu o juiz.
O Ministério Público insistia para
que o ex-chefe da OAS fosse direto para o Complexo Médico-Penal, onde estão
presos personalidades do calibre de José Carlos Bumlai e José Dirceu. Pinheiro,
já condenado a mais de 16 anos de prisão, foi preso novamente em setembro da
Lava Jato. Desta vez, por integrar um esquema de cobrança de propina para que
empreiteiros fossem blindados em uma CPI mista da Petrobras no Congresso.
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