Boko Haram liberta 21 estudantes sequestradas há dois anos em Chibok | Rio das Ostras Jornal

Boko Haram liberta 21 estudantes sequestradas há dois anos em Chibok

O vice-presidente nigeriano Yemi Osinbajo observa sua mulher
 Dolapo abraçando uma das 21 meninas de Chibok libertadas
 pelo Boko Haram, em Abuja, na quinta (13)
(Foto: Philip Ojisua/AFP)
Fontes dizem que elas foram trocadas por 4 presos; governo não confirma. Mais de 270 jovens foram levadas de escola em 14 de abril de 2014.
O grupo extremista Boko Haram libertou nesta quinta-feira (13) 21 estudantes sequestradas em Chibok há mais de dois anos, informou uma fonte da presidência nigeriana.
O vice-presidente nigeriano, Yemi Osinbajo, recebeu as jovens em Abuja, e qualificou sua libertação de "muito boa notícia para todo o país".
"Estão relativamente com boa saúde, levando em conta as condições em que estavam retidas", disse Osinbajo.
"As meninas foram levadas a Kumshe, a 15 km de Banki (...) às 3 da madrugada. Os quatro combatentes do Boko Haram chegaram a Banki a partir de Maiduguri em um helicóptero do exército, e foram levados a Kumshe em veículos do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha)", informou esta fonte próxima ao caso.
Posteriormente as jovens foram transportadas de helicóptero a Maiduguri, capital do estado de Borno, mas, segundo as autoridades locais, atualmente se dirigem a Abuja.
Garba Shehu, porta-voz da presidência, confirmou a libertação, "facilitada pelo CICV e pelo governo suíço", em um comunicado, sem mencionar nenhuma troca.
O CICV não quis fazer comentários, mas, segundo especialistas da região, a Cruz Vermelha é um "interlocutor muito confiável", razão pela qual não há surpresas.
"O presidente Muhammadu Buhari comemora a libertação das meninas, mas lembra aos nigerianos que mais de 30 mil cidadãos morreram pelo terrorismo" do Boko Haram, acrescentou o comunicado, ressaltando que em breve serão divulgados os nomes das liberadas.
O movimento Bring Back Our Girls (Tragam nossas meninas de volta), que luta pela libertação de mais de 200 jovens de Chibok sequestradas em abril de 2014 quando faziam uma prova, diz estar à espera da confirmação de suas identidades.
Das 276 estudantes sequestradas no dia 14 de abril de 2014, 57 conseguiram fugir logo depois do sequestro e o exército encontrou uma em maio.
Este sequestro em massa provocou uma onda de indignação mundial. A primeira-dama americana, Michelle Obama, fez campanha segurando um cartaz com a hashtag #Bringbackourgirls que se tornou popular no Twitter.
O exército, 'mudo'
No início de agosto, muitas destas jovens apareceram em um vídeo publicado por seus sequestradores no YouTube, depois de meses de silêncio e dúvidas sobre seu estado de saúde.
O chefe do movimento islamita, Abubakar Shekau, acabava de ser destituído de suas funções pela organização extremista Estado Islâmico, à qual o Boko Haram jurou lealdade em março de 2015. Desta forma tentava demonstrar que ainda controla "a moeda de troca do grupo", estima Yan St Pierre, diretor do Modern Security Consulting Group.
No vídeo, Shekau repetia que as jovens se casaram com combatentes e que muitas delas morreram em bombardeios do exército. Também declarou que as estudantes cristãs sequestradas se converteram à força ao Islã.
Em meados de setembro, o governo nigeriano reconheceu que as negociações iniciadas com o grupo extremista para a libertação das alunas fracassaram em três ocasiões.
Para St Pierre, a troca "demonstra que o Boko Haram precisa de recursos, humanos ou financeiros (...) mas as poucas meninas libertadas indicam que seu preço é alto e que o grupo deve ter cartas na manga".
Também ressalta que o exército nigeriano não se pronunciou a respeito. "Está mudo, cabe se perguntar se isso foi feito sem seu consentimento".
O exército nigeriano realiza desde o início de outubro bombardeios aéreos contra a floresta de Chibok, reduto do grupo, e a facção liderada por Abubakar Shekau.
"Esperamos que seja o início de negociações para acabar com a insurreição", afirma Ryan Cummings, diretor do Signal Risk.

Mas o último atentado até a data, na quarta-feira em um ponto de ônibus, mostra que o movimento, ou ao menos algumas de suas facções, não está disposto a encerrar estes confrontos.
Da France Presse
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