O deputado
federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) (ao centro) comemora
após vencer o segundo turno da eleição para a
presidência da Câmara
(André Dusek/Estadão Conteúdo)
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O novo presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não definiu prazo para a votação final do
processo de cassação do ex-presidente das Casa deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Perguntado sobre o caso, Maia elogiou a gestão de Cunha, disse que
ajudou a elegê-lo e ponderou que o desfecho do processo deve ocorrer “dentro
das regras da Casa” e quando houver “quórum adequado”.
“Vamos colocar em votação quando
[o processo] estiver pronto para tal”, disse Maia ao ser perguntado se a
cassação de Cunha poderia ser votada pelo plenário ainda esta semana. “Não
estou aqui nem para ajudar, nem para prejudicar o Eduardo”, acrescentou.
Antes de chegar ao plenário, o
processo de Cunha depende de decisão da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ). Ontem (13), a comissão adiou, mais uma vez, a votação do recurso de
Cunha contra a decisão do Conselho de Ética, que aprovou a representação do
PSOL e da Rede que pede a cassação do mandato do peemedebista.
Apoios
Logo após tomar posse na
presidência da Câmara, Rodrigo Maia disse que sua vitória só foi possível
graças ao apoio dos partidos de oposição ao governo do presidente interino,
Michel Temer. “Sem a esquerda não venceria. O resultado da votação provou que é
possível construir um novo momento. Tivemos votos da base e da oposição”.
Em troca do apoio recebido dos
partidos de oposição a Temer, Maia disse que vai garantir o direito das
minorias. Ele, no entanto, afirmou que os partidos que o apoiaram no segundo
turno da disputa contra Rogério Rosso (PSD-DF) não apresentaram sugestões de
pauta a serem analisadas como prioritárias.
Prioridades
Perguntado sobre a pauta de
votações, Maia disse que as prioridades são a proposta de emenda Constituição
(PEC) do teto de gastos públicos, o alongamento da dívida dos estados com a
União, a PEC dos Precatórios, o projeto que muda as regras de exploração da camada
do pré-sal e a reforma da Previdência, que ainda está em discussão entre o
Palácio do Planalto e centrais sindicais.
Alinhado com o discurso do
presidente interino, Michel Temer, Rodrigo Maia disse que a Câmara terá que
debater e votar pautas consideradas impopulares. “Os deputados são eleitos não
apenas para aumentar despesas e serem aplaudidos. Estamos aqui também para
votar aquilo que seja impopular”, disse. “Pode ser impopular agora, mas temos
que olhar para frente”.
Rodrigo Maia também reconheceu a necessidade
de o Parlamento ter “coragem” para aprovar uma reforma política. “Temos que ter
um grande debate nessa Casa porque o sistema político que está ai ruiu. De
forma consensuada e conjunta, teremos que debater a reforma política e
enfrentar esse modelo falido”.
Agência Brasil
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