Recurso seria para comprar votos
dos demais deputados do partido, disse. Presidente interino da Câmara
negou à PF ter pedido ou recebido dinheiro.
O doleiro Alberto Youssef afirmou
em depoimento prestado à Polícia Federal que o presidente interino da Câmara,
deputado Waldir Maranhão (PP-MA), o procurou em 2011 e pediu dinheiro para se
eleger líder do PP na Câmara. Segundo Youssef, o dinheiro seria para a compra
de votos de outros parlamentares do partido. Também em depoimento à PF,
Maranhão negou ter pedido ou recebido dinheiro (leia mais abaixo).
A afirmação está em um depoimento
prestado em junho do ano passado à PF, e que perdeu o sigilo nesta
segunda-feira (11).
Após a suspeita de que Maranhão
recebeu propina do esquema investigado pela Operação Lava Jato, ele também teve
de prestar depoimento à PF, no qual negou ter pedido ou recebido dinheiro de
Youssef.
Aos delegados, Youssef explicou
que a campanha para líder do PP custava entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões e que
o voto dos deputados do PP custava entre R$ 50 mil e R$ 500 mil, dependendo da
importância do parlamentar.
Youssef diz no depoimento, sem dar
maiores detalhes, que negou o pedido feito por Maranhão, mas que deu R$ 10 mil
ao deputado na mesma reunião, também a pedido do parlamentar.
Além disso, o doleiro disse que
viu Maranhão várias vezes no apartamento funcional do ex-deputado João
Pizzolatti em "reuniões de entrega e distribuição de propina" para o
PP.
O advogado de Pizzolatti negou a
entrega de recursos no apartamento funcional do ex-deputado.
Reunião
De acordo com Waldir Maranhão,
também em depoimento à PF, a reunião com Youssef, a quem ele chama de
"Primo", não durou mais do que cinco minutos.
Segundo o presidente interino da
Câmara, o nome de Youssef foi indicado como alguém que poderia ajudá-lo a
conseguir apoio político de outros parlamentares do PP.
Ele nega que tenha pedido dinheiro
mas diz que, após conversar rapidamente com o doleiro, decidiu retirar a
candidatura à liderança do PP por recomendação de Youssef. No depoimento,
porém, Maranhão não explica porque decidiu não concorrer ao cargo.
Da TV Globo, em Brasília
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