Temer chega
ao Palácio do Jaburu na noite da
quinta-feira(Pedro
Ladeira/Folhapress)
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"Cada passo do impeachment
está na Constituição", disse à imprensa americana. "Como isso poderia
ser chamado de golpe?" Vice também afirmou que, caso petista seja
afastada, estará pronto para assumir e terá "na cabeça" nomes para o
governo
O vice-presidente Michel Temer
defendeu nesta quinta-feira o processo de impeachment, admitiu articulações
para a formação de governo e disse que, caso a presidente Dilma Rousseff seja
afastada do Planalto, já terá "na cabeça" os nomes para o ministério.
Em entrevista à agência de notícias Dow Jones, ele também criticou a presidente
por tratá-lo como conspirador, e o impeachment, como golpe: "Cada passo do
impeachment está na Constituição. Como isso poderia ser chamado de
golpe?". Na entrevista à agência de notícias, Temer disse que está pronto
para assumir e rebateu as acusações de que esteja conspirando contra Dilma.
"Ela (Dilma) tem dito que eu sou um conspirador, o que obviamente é algo
triste para mim e para a Vice-Presidência da República", lamentou.
Dilma embarcou nesta quinta-feira
rumo a Nova York, para a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), e com
isso o vice assume interinamente a Presidência. Sua ideia inicial era
permanecer em São Paulo até a volta de Dilma, mas decidiu deslocar-se até Brasília
após um protesto na manhã de hoje em frente à sua casa, na Zona Oeste da
capital paulista. Ele foi aconselhado a seguir para Brasília para evitar que
sua casa em São Paulo se transforme em alvo permanente de manifestações. Temer
vai despachar do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.
Na capital federal, o peemedebista
deve prosseguir com as articulações políticas para a montagem de seu iminente
governo. Temer afirmou à Dow Jones que espera construir uma coalizão para
governar o país caso o Senado acolha a denúncia contra Dilma, o que levará ao
afastamento da presidente por até 180 dias. "Quando o tempo chegar, eu
terei um gabinete na cabeça e, apenas nesse momento, irei revelar nomes",
disse. Conforme o rito na Casa, que prevê a formação de uma comissão especial,
a votação está prevista para 12 de maio.
Em entrevista a correspondentes
internacionais nesta semana, a petista alegou estar sendo alvo de ações de
conspiradores que tentam tirá-la do poder. Em seu discurso na reunião da ONU
nos Estados Unidos, Dilma deve insistir na tese de que o processo de
impeachment, admitido por 367 deputados federais no domingo passado e
fiscalizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é golpe.
(com Estadão Conteúdo)
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