A onda de lama da Samarco chegou
com tudo ao oceano hoje, formando uma enorme mancha marrom que se projeta da
foz do Rio Doce quilômetros mar adentro. Uma pluma inicial de água barrenta já
havia atingido a costa ontem à tarde, mas a mancha agora é muito mais densa,
com uma aparência que lembra leite achocolatado.
Às 16h de hoje, a lama já se
esparramava alguns quilômetros para o norte e para o sul, partindo do distrito
de Regência, município de Linhares. A previsão do Ministério do Meio Ambiente,
baseada em modelos de dispersão produzidos por pesquisadores da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), é de que a mancha de rejeitos atingiria
9 quilômetros de costa, mas técnicos e outros estudiosos que acompanham os
eventos no campo consideram essa previsão extremamente conservadora.
É uma região de reprodução de
tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de
extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos foram movidos de lá pelo Projeto
Tamar.
Pesquisadores alertam que a lama,
independentemente de ser tóxica ou não, vai impactar profundamente todos os
ecossistemas continentais e oceânicos por onde passar. Hoje mesmo,
pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) já estavam recolhendo peixes mortos na foz do rio. Analisando os
animais manualmente, era possível ver claramente que suas guelras estavam
impregnadas de lama. Mesmo com os níveis de oxigênio da água dentro do normal,
esse “entupimento” das brânquias impede os peixes de respirar e eles morrem
asfixiados.
A maioria dos peixes recolhidos
era da espécie popularmente conhecida como mandi. É um peixe de água doce que
normalmente não se aproxima da foz, pois é sensível à salinidade, mas que
provavelmente desceu o rio fugindo do avanço da lama.A praia de Regência é um
importante local de desova de tartarugas-marinhas, incluindo a
tartaruga-de-couro, espécie criticamente ameaçada de extinção. Para piorar a
situação, a lama chegou justamente na época de desova. Membros do Projeto
Tamar, que tem uma base no local, vêm removendo diariamente os ovos colocados
por tartarugas na praia.
A lama de rejeitos de minério que
vazou da barragem da Samarco já chegou ao mar, após passar pelo trecho do Rio
Doce no distrito de Regência, em Linhares, no Espírito Santo.
A onda de lama percorreu mais de
650 quilômetros em 16 dias.
Nos últimos três dias a onda de
lama passou por Colatina e Linhares, causando mortandade de peixes e
comprometendo o abastecimento de água.
A previsão do Ministério do Meio
Ambiente, com base em projeções feitas por pesquisadores da Coppe-UFRJ, é que
os sedimentos se dispersarão por uma área de 9 quilômetros, principalmente ao
sul da foz do Rio Doce.
É uma região de reprodução de
tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de
extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos foram movidos de lá pelo Projeto
Tamar.
Antes da lama mais pesada,
a linha de frente da mancha, composta de um material mais leve e fino,
tocou as ondas do litoral de Regência, um distrito do município de Linhares
(ES), no fim da tarde de sábado, 21.
O rio Doce deságua no mar em
Linhares, cidade que fica no norte do Espírito Santo. Foi montada uma barreira
para tentar conter os rejeitos de minério, que correm o rio após o rompimento
de barragens em Mariana (MG).
Os governos de Minas e do Espírito
Santo se articulam para entrar com ação conjunta na Justiça contra a mineradora
Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billinton, por causa
dos danos causados pelo rompimento das barragens.
O desastre ambiental em Mariana,
considerado o maior já ocorrido no Brasil, deixou, até agora, oito mortos.
Quatro corpos ainda não foram identificados e 11 pessoas, entre moradores e
empregados da Samarco, estão desaparecidas.
A lama que vazou com a queda das
barragens, depois de destruir Bento Rodrigues (MG), atingiu o Rio Doce via
afluentes, chegando ao Espírito Santo.
A onda de lama tem levado
destruição à biodiversidade do Rio Doce, desde o município homônimo em Minas,
onde nasce.
Boias infláveis estão sendo usadas
pela mineradora Samarco para tentar conter os danos na foz do Rio Doce, em
Linhares, no litoral do Espírito Santo.
A dispersão da lama pode ser de 3
km em direção ao norte e de 6 km em direção ao sul quando elas atingirem o mar
pela foz do Rio Doce, informou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
É a maior catástrofe ambiental do
País, isso é inegável, afirmou a ministra.
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