O presidente francês, François
Hollande, iniciou nesta segunda-feira (23) uma série de encontros diplomáticos
para intensificar as ações contra a facção terrorista Estado Islâmico (EI),
responsável pelos atentados do dia 13 de novembro em Paris. Nesta manhã,
Hollande recebeu a visita do primeiro-ministro David Cameron, que ofereceu o
uso de uma base aérea britânica na ilha de Chipre, localizada no Mediterrâneo
oriental, para as operações da aviação francesa contra o grupo extremista na
Síria e no Iraque.
"Hoje, eu ofereci ao
presidente [François Hollande] o uso da base de Akrotiri para os aviões
franceses que participam nas operações contra o Daesh [nome em árabe do EI] e
um apoio adicional para reabastecer em voo", disse Cameron em uma entrevista
coletiva em Paris ao lado de Hollande.
A França intensificará os
bombardeios na Síria e Iraque com o objetivo de provocar o "maior dano
possível" ao grupo jihadista, afirmou Hollande. "Vamos intensificar
nossas incursões aéreas, vamos escolher os alvos que provoquem o maior dano
possível a esta organização terrorista", declarou o chefe de Estado
francês ao lado de Cameron.
Antes da reunião de trabalho no
Palácio do Eliseu, Hollande e Cameron estiveram no Bataclan, onde depositaram
flores em homenagem às 130 vítimas dos atentados.
Coalizão vai intensificar
ataques
O Reino Unido participa da
coalizão de 21 países criada no ano passado pelos Estados Unidos para combater
o EI. Até o momento, a força aérea britânica realiza bombardeios a posições do
grupo apenas no Iraque, porque o Parlamento britânico recusou duas vezes dar
seu aval a operações na Síria.
Em Paris, Cameron afirmou que vai
apresentar aos deputados britânicos, ainda nesta semana, "uma estratégia
global para enfrentar o EI". O premiê conservador defendeu uma fronteira
externa "mais forte" na União Europeia, para garantir a eficácia dos
controles de segurança. "Devemos encontrar rapidamente um acordo que nos
permitirá compartilhar as listas de passageiros aéreos na Europa",
insistiu Cameron, referindo-se ao "Passenger Name Record" (PNR), um
cadastro com dados pessoais de passageiros europeus, cuja adoção está bloqueada
no Parlamento Europeu.
Porta-aviões Charles de Gaulle
O porta-aviões francês Charles de
Gaulle já está próximo da região de conflito, com 26 caças que serão usados
para bombardear os jihadistas. Esse reforço bélico se junta aos 12 aparelhos
franceses já posicionados na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos e quase
triplica o poder de fogo da França no Iraque e na Síria. Os ataques aéreos
devem se intensificar já nesta segunda-feira, indicou Hollande.
Depois de receber Cameron em
Paris, Hollande irá aos Estados Unidos se encontrar com Barack Obama na Casa
Branca, nesta terça-feira. Na quarta-feira à noite, de volta a Paris, o líder
socialista jantará com a chanceler alemã, Angela Merkel. Por fim, na
quinta-feira Hollande irá a Moscou discutir a estratégia única de ataque ao EI
com o presidente russo, Vladimir Putin.
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