Dado é do 2º trimestre; IBGE
revisou resultado e diz que economia caiu 0,7% no 1º tri.
O Produto
Interno Bruto (PIB) registrou queda de 1,9% no segundo trimestre de 2015, em
relação aos três meses anteriores, e a economia brasileira entrou no que os
economistas chamam de "recessão técnica". No primeiro trimestre do
ano, o PIB caiu 0,7% (dado revisado).
Em relação ao
segundo trimestre de 2014, a baixa foi ainda maior, de 2,6%. Em valores correntes,
o PIB no segundo trimestre do ano alcançou R$ 1,43 trilhão.
Os números
foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). A queda de 1,9% do segundo trimestre de 2015 é a maior
desde o primeiro trimestre de 2009, quando também registrou recuo de 1,9%.
Neste
trimestre, frente ao anterior, todos os setores registraram queda, puxada pela
indústria, que teve retração de 4,3%, pela agropecuária, de 2,7% e pelos
serviços, de 0,7%.
O Brasil voltou
a ter dois trimestres seguidos de queda no PIB e, por isso, entrou em “recessão
técnica”. Na prática, essa classificação serve como uma espécie de “termômetro”
para medir o desempenho da economia. Isso porque, de acordo com economistas,
não são apenas dois resultados negativos seguidos que indicam a recessão, mas
sim um conjunto de indicadores negativos, como aumento do desemprego, queda na
produção e falência de empresas.
No primeiro
semestre de 2014, o país também entrou em recessão técnica. Antes disso, o
Brasil também havia registrado uma recessão técnica no último trimestre de 2008
e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.
No acumulado
dos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2015, o PIB recuou
1,2% frente aos quatro trimestres. No ano, de janeiro a junho, a economia
registra contração de 2,1%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Tanto pela
ótica da produção quanto pela da despesa, a gente tem que os três principais
setores do PIB apresentaram queda em relação ao trimestre anterior”, apontou
Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Consumo e investimentos
A formação
bruta de capital fixo (investimentos) sofreu uma queda de 11,9%, no segundo trimestre de 2015,
frente ao mesmo período de 2014, a maior desde o primeiro trimestre de 1996,
quando recuou 12,7%.
O PIB é a soma
de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o
comportamento da atividade econômica
"Este
recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção
interna de bens de capital, e também pelo desempenho negativo da construção
civil."
A despesa de
consumo do governo caiu 1,1% em relação ao segundo trimestre de 2014 e os gastos
das famílias, que também entram no cálculo do PIB, caiu 2,7% - o segundo recuo
seguido.
"O
resultado pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação,
juros, crédito, emprego e renda ao longo do período", informou o IBGE.
Expectativas negativas confirmadas
A expectativa
do Banco Central era de que o PIB tivesse mesmo recuado de abril a junho deste
ano. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é uma espécie de
"prévia do PIB", indicava uma retração de 1,89% no segundo trimestre
deste ano, frente aos três meses anteriores. Com isso, quando foram divulgados,
em meados de agosto, os números já apontavam que a economia brasileira entraria
em recessão técnica.
Já a estimativa
do mercado financeiro para o ano todo, apresentada no início da semana pelo
boletim Focus do Banco Central, indicava que a economia deverá ter uma retração
de 2,06%, seguida por uma queda de 0,24% em 2016.
Como um país sai de uma recessão?
O fim de uma recessão só é constatado quando
existe um movimento consistente de retomada em todos os indicadores econômicos,
segundo o economista da FGV/IBRE Paulo Picchetti. Dados como taxa de
desemprego, vendas no comércio, produção industrial e outros precisam mostrar
de forma clara e conjunta que estão em recuperação.G1
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